Observo colegas de profissão na condenação da proposta da CBF de limitar que cada time na Série A do Brasileirão efetue apenas uma troca de treinador por 38 rodadas. Uma maneira de bloquear a ciranda dos profissionais do banco de reservas. Vou na contramão. Eu torço para que tal medida seja estendida aos participantes da Série B do Campeonato Brasileiro. Ou seja, que Ponte Preta e Guarani sejam atingidos.
É uma imposição? Sim. Mas caso fosse implantada na segundona nacional seria didática ao extremo. Em Campinas, iria parar os “soluços” de gestão. A cada derrota, nós, da imprensa e dirigentes já começamos a pensar em possibilidade de troca. Somos incapazes de pedir melhoria do serviço ou contar com profissionais que lhe forneçam suporte e apontem caminhos.
Exemplo: muitas vezes, o técnico demora a engrenar porque não conhece detalhadamente a característica do elenco. Um dirigente antenado poderia explicar e dar orientação sobre o que fazer e como fazer.
Mais: se a troca for inevitável vão acabar experiências. Todos vão procurar profissionais talentosos e que consigam apresentar resultados em prazo curto mas também forneçam pilares para um trabalho de médio e longo prazo. Ou incentivar a formação de técnicos dentro de suas próprias estruturas. Tomara que pelo menos essa medida seja aplicada na Série B. Seria um remédio amargo no Majestoso e Brinco de Ouro, mas necessário.
(artigo escrito por Elias Aredes Junior)