Após mudança de opinião do presidente, manutenção de Cabo vira assunto proibido no Guarani

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A manutenção de Marcelo Cabo no comando do Guarani virou novela. O técnico, encaminhado de substituir Vadão nas últimas rodadas da Série B, chegou com rótulo de atual campeão da competição, mas após mais de um mês no Brinco de Ouro ainda não venceu. A proximidade com a zona de rebaixamento gerou conflitos sobre sua permanência no comando do alviverde.

Após a goleada sofrida contra o Paraná por 4 a 0, no Brinco de Ouro, o presidente Palmeron Mendes Filho chamou a responsabilidade e confrontou o Conselho de Administração, que era favorável a sua saída. Palmeron afirmou que Cabo seria o técnico do Guarani até dezembro independente das consequências que a equipe sofreria na Série B. Mas, após três dias, mudou o discurso e afirmou que seria necessário um resultado positivo diante do Criciúma na rodada seguinte. A declaração repercutiu negativamente internamente, mas Cabo foi mantido mesmo sem vencer o Criciúma.

Após cinco jogos com três empates e duas derrotas, Marcelo Cabo segue em busca dos três pontos para diminuir a vantagem de três pontos que tem para a zona de rebaixamento, mas prefere não comentar sobre a pressão que vem sofrendo por resultados. “Eu busco a vitória incessantemente e a ausência dela tem sido a causa da minha insônia. A gente sabe que futebol é  momento, mas se conseguirmos uma boa vitória teremos uma semana de tranquilidade. O assunto de aviso prévio está superado e trato como página virada”, declarou o treinador em entrevista coletiva.

A constante mudança de pensamento de Palmeron gerou desconforto internamente no Brinco de Ouro e, por isso, o assunto é tratado com cautela. A recomendação nos bastidores é para que não haja manifestações dos membros do CA sobre o trabalho de Cabo antes dos jogos. O constrangimento foi tão grande que o elenco decidiu se posicionar. Fumagalli, Ewerton Páscoa e Baraka foram a público manifestar apoio a comissão técnica. “Estamos fechados com o técnico para tirar o Guarani dessa situação”, declarou o capitão Fumagalli.

Todos os treinamentos de Marcelo Cabo na semana foram supervisionados por membros da alta cúpula bugrina, mas ninguém foi ao microfone falar sobre a situação do treinador. A ideia é passar tranquilidade para que os resultados dentro de campo apareçam, mas o respaldo não permanecerá em caso de uma nova derrota. Mesmo assim, Cabo diz lidar com serenidade com esses problemas. “Quem milita no futebol tem que estar preparado para viver isso. Eu tenho 18 anos de carreira com conquista e derrotas, mas amadureci para vivenciar momentos de pressão”, completou.

Na 12ª posição com 34 pontos, o Guarani está a três pontos da zona de rebaixamento. O Bugre terá uma sequência de duas partidas longe dos seus domínios contra Oeste e Náutico, antes de receber o lanterna ABC.

(texto e reportagem: Júlio Nascimento)