Ariovaldo, Renato, Walter e Zaiman. Não podemos esquecer quem é sinônimo de reportagem em Campinas

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O dia do Repórter não serve apenas para fomentar a esperança de quem está na linha de frente para construir uma profissão melhor.Precisamos recordar as pessoas que auxiliam há anos a não deixar apagar a volúpia pela busca da noticia, a conquista do furo que abala poderosos. Utilizo este pequeno espaço para fazer justiça a quatro profissionais de imprensa radicados em Campinas.

Ariovaldo Izac é repórter na acepção da palavra. Entendedor do jogo da bola, capaz de análise minuciosa daquilo que acontece no gramado, foi um dos meus  professores do ofício. Um dia, após um dia de trabalho no Diário do Povo, em que colhi mais erros do que acertos, Izac me deu carona até minha residência no Jardim Amazonas. Ali, em frente de casa, por 40 minutos, me deu uma aula de técnica jornalística, do que fazer, como fazer e as táticas para encarar os poderosos. Coincidência ou não, tudo deslanchou e fiz um trabalho digno.

Outro ícone conheci anos mais tarde. Trabalhou no Correio Popular e foi correspondente da Jovem Pan para Campinas e Região. Seu nome: Renato Otranto. Tem uma aparência ranzinza, de aparente má vontade, mas é dotado de um humor ácido, um gentileza  e sabe como poucos conduzir uma entrevista. Não esqueço de um dia ao confrontar um atleta de cristo com uma história, e por ter a confirmação de fontes diferentes, ao receber a negativa do interlocutor soltou uma réplica memorável: “Poxa, mas crente não mente”. Espetacular. Ele faz falta ao jornalismo esportivo campineiro.

Os outros personagens deste artigo merecem um capitulo a parte. Walter Paradella é sinônimo de rádio em Campinas. Passou pelas emissoras como um repórter esportivo competente e transformou-se em âncora competente na CBN Campinas. Ácido, crítico, inteligente, justo e capaz de conduzir entrevistas com alto nível, foi um dos meus professores do comentário esportivo, ao lado de Claudinei Corsi e de Alberto César. Conviver com Paradella foi receber uma pós graduação em jornalismo, de graça.

Quando falamos de Walter Paradella lembramos de Zaiman de Brito Franco. Que antes de ter sido editor dos jornais da cidade, comentarista esportivo e cronista da cidade de Campinas, era um repórter na acepção da palavra. Conversar com Zaiman é um privilégio. Uma aula de história do futebol campineiro e da cidade de Campinas. Se o jornalismo esportivo da cidade perdeu o rumo é porque ignoramos de modo cruel personagens como Zaiman de Brito Franco, que por anos e anos parou a cidade ao protagonizar uma conversa com Walter Paradella no finado “Notícia na Manhã” na CBN Campinas.

Ariovaldo, Renato, Walter e Zaiman. Gente que ajudou a construir um passado digno e de qualidade no jornalismo esportivo. E que poderiam auxiliar na retomada de um caminho que parece perdido. Não custa humildade para celebrarmos esses profissionais e sabermos o que eles têm a dizer.

(análise feita por Elias Aredes Junior)