Arquibancada: Vontade é pouco, mas pode ser o começo

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Sob comando de João Brigatti, melhoramos em alguns aspectos, mas ainda faltam qualidades mínimas para podermos chamar os 11 jogadores de time. Não faltou vontade. Pouco ou nada adianta pressionar, ter mais posse de bola, quase fazer um, dois gols, sem ao menos um jogador diferente para pensar o jogo. Estamos na dependência de lances esporádicos e isolados para marcar um mísero gol. Por Brigatti ser cria da casa, ele consegue tirar mais de alguns na base da conversa e da empolgação, mas milagre ele não faz.

Ainda nas especulações sobre a volta de Doriva ou na sua efetivação como técnico principal, achava que faltava pontos a evoluir. Mas como tinha – e tem – o apoio da torcida, entendia que merecia uma chance pelo simples motivo de não estar tão abaixo do agora ex-técnico da Ponte. No sábado, Brigatti mostrou que é capaz de assumir o time mesmo em situação tão adversa e pelos desafios impostos pelo elenco limitadíssimo.

Eu não sei qual o objetivo do presidente Abdalla e da cúpula do futebol para esse campeonato Brasileiro, se for a manutenção, precisamos de pelo menos 3 jogadores para isso -um atacante finalizador, um atacante de lado que saiba dominar a bola e cruzar e um meia inteligente (não precisa ser craque, longe disso). Caso eles queiram subir, seriam cinco reforços, no mínimo.

O meio-campo, que tem sido um dos grandes problemas, mostrou-se mais dominante e, apesar de tudo, teve mais posse de bola, criou mais, foi mais veloz e de certo modo, dominou o jogo.

A defesa falhou em conjunto novamente. Não afastar uma bola na entrada da pequena área – eram quatro jogadores nosso contra um do adversário -, e somar com a infelicidade do jovem Ivan, rebatendo uma bola tranquila de encaixar e ainda protegido pelo André Castro, culminou em um empate com gosto amargo.

Já nosso ataque mostrou, mais uma vez, toda sua dificuldade e falta de qualidade técnica. O básico do profissional é dominar a bola, mas isso é tarefa difícil aos nossos atacantes. Júnior Santos tem velocidade e muita raça, porém não é jogador de referência entre os zagueiros e precisou ser improvisado na função.

Ainda não entendi o que acontece com Felipe Saraiva, é uma incógnita. É perceptível que falta competitividade, sobra um certo desleixo e esbanja uma visível incapacidade física para o futebol profissional. Roberto é nota três, sem comentários.

Estou com certo temor pelo que o campeonato nos reserva. Temos muitos jogos pela frente, mas o fato de não conseguir fazer gols e, principalmente, não vencer, nos coloca em uma posição delicada já no final da oitava rodada da Série B.

(análise: André Gonçalves)