O Brasil é o país em que regras não são cumpridas. Só aquelas nas quais damos sinal de aprovação. Contar com um avançado Código de Defesa do Consumidor conta pouco. Ao promover a partir da próxima segunda-feira, a devolução do valor dos ingressos do Dérbi 196, o Conselho de Administração do Guarani marca um golaço. Uma vitória da decência e da transparência, atributos ausentes no futebol e na vida nacional. Infelizmente.
Os ingressos não foram usados por um motivo que nem precisamos explicar. Era época de pandemia e o Ministério Público proibiu a entrada dos torcedores. Fez bem. Uma única pessoa assintomática no meio de 18 mil pessoas (previsão de público para o jogo) poderia produzir um efeito de proporções inimagináveis.
Bem ou mal, o dinheiro foi arrecadado. Ele será devolvido seja em dinheiro ou por outro ingresso. Poderia resolver a vida bugrina? Nem tanto, mas dinheiro sempre é bem vindo. Mas melhor é dormir com a consciência tranquila e fazer o que é correto. Você pode achar pouco, mas em um país em que muitos querem levar vantagem e o cumprimento vale muito pouco, a atitude do Conselho de Administração merece elogios. Cumpriu com o básico? Concordo. Duro é constatar que muitos sequer o básico fazem.
Como tudo será feito de maneira decente, não perca o norte: o pedido do clube é que quem solicitar reembolso faça e aceite a troca por um ingresso válido para quaisquer das partidas quando for permitida novamente a presença de torcida nos estádios. Para isso vai bastar entregar o ingresso no ato da aquisição.
Para quem desejar a opção for pela devolução dos valores pagos nos ingressos do dérbi 196, a orientação é que a partir de segunda-feira (14), compareçam à secretaria do clube, de segunda à sexta-feira, das 09h às 18h e aos sábados, das 9h às 12h, para preencherem a solicitação de reembolso dos valores. O valor, de acordo com o clube, ocorrerá 30 dias após a solicitação.
(Elias Aredes Junior)