Todo mundo quer receber presente. Um mãozinha do destino não faz mal a ninguém. A dádiva produz uma responsabilidade: produzir algo novo, diferente e que crave uma marca. Se levarmos este conceito ao pé da letra, o técnico Daniel Paulista fracassou no dérbi 201.
Reconstrua a conjuntura. Talvez nunca um treinador tenha recebido tantos aspectos positivos antes do clássico: salário em dia, brigas políticas inexistentes, quase todo o elenco á disposição e desempenho agradável na tabela.
De quebra, um bom período de preparação. Ou seja, deu para descansar, condicionar o elenco e treinar. Tudo a favor.
Quando a bola rolou, a impressão deixada nos 10 minutos iniciais era de que tudo foi aproveitado em favor do Guarani. A pressão foi intensa, a Ponte Preta não passava da linha de defesa e o gol parecia uma questão de tempo.
Aos poucos, a marcação da Macaca prevaleceu, Marcos Junior começou a tomar conta do meio-campo e os erros de passe proporcionaram contra-ataques perigosos. Sim, a principal chance esteve com Lucão do Break e Ivan defendeu. Mas o gosto amargo ficou após o apito final de Marcelo de Lima Henrique.
Daniel Paulista. Isso não deve ser motivo para caça às bruxas. Nada disso. É, sim, um instante para reflexão. Pensar e refletir porque alguns jogadores não atuaram em alto nível e qual será o plano B quando um novo paredão de marcação surgir pela frente
O trabalho de Daniel Paulista é bom. Merece crédito e apoio. Mas o dérbi 201 demonstrou que a perfeição ainda é uma utopia.
(Elias Aredes Junior-com foto de Thomaz Marostegan -Guarani F.C)