Dedé pisa no Majestoso e consolida a reconstrução do vocabulário pontepretano. Leia e entenda

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“Jogador precisa de moral e carinho”. Foi o que me disse um ex-jogador quando participei de um programa de televisão. O zagueiro Dedé chegou ao Majestoso. Não pode reclamar.  Recebe apoio e incentivo nas redes sociais.

Talvez o beque não perceba mas se tudo correr como planejam os dirigentes, Dedé pode ser o símbolo da retomada de protagonismo da Ponte Preta e do resgaste de expressões perdidas no cotidiano.

Boa parte da torcida sabe disso. Compreende a chegada do novo zagueiro como uma oportunidade de ser feliz. Um dínamo capaz de resgatar palavras perdidas após anos e anos de dissabores e lamentos.

De cara, ele já sabe que tudo é feito para construir um time lutador, guerreiro e com capacidade de superação.

Mas que ninguém se iluda.

A conjuntura é a pior possível. Cicatrizes foram criadas após 25 anos de um único grupo político na condução do Majestosos. As dividas se acumulam, os recursos são escassos e tudo parece perdido. Sem contar a última campanha no Brasileirão da Série B, que produziu muito mais motivos para chorar do que para sorrir.

Dedé não é Jesus Cristo. Luís Fabiano está longe de ser um novo Moisés. Marco Antônio Eberlin não é o Messias prometido. São humanos. Vão acertar. Vão errar. Vitórias e derrotas estarão no cardápio.

A missão do jornalista, entretanto, é retratar os fatos. É analisar em cima dos acontecimentos. Nos últimos 20 dias, aos trancos e barrancos, a Ponte Preta fez o seu torcedor sorrir. E reencontrar o significado da palavra esperança. Traçar expectativas, planejar vitórias. Sonhar. Desejar. Verbos e atitudes que pareciam perdidos no tempo.

Torcedor vive de vitórias. Verdade nua e crua. Torcedor quer conquistas. Mas também sobrevive de sentimentos subjetivos: amor, paixão, esperança, determinação…Aos poucos, o torcedor pontepretano parece voltar a pronunciar aquilo que estava esquecido no dicionário da bola.

Acredite: não é pouco.

(Elias Aredes Junior-Com foto de Diego Almeida-Pontepress)