Fumagalli: um dos (únicos!) pontos positivos de Marcelo Cabo no Guarani

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O empate por 2 a 2 com o Boa Esporte deixou um gosto amargo no torcedor do Guarani. Ficou a sensação de ter escapado uma chance única para aproximar-se do grupo de classificação. Ainda mais pelo reaparecimento do atacante Rodolfo, autor dos dois gols.

Neste turbilhão de frustrações, algo passar despercebido: a sacada do técnico Marcelo Cabo em relação a Fumagalli.

Aos 39 anos, o camisa 10 não tem a mobilidade de antigamente. Eficiente nas bolas paradas e com poder de liderança, tem claras limitações para acompanhar o ritmo frenético do futebol atual.

O quadro foi exposto em cores nítidas no primeiro, quando assumiu o papel de armador, mas ficava em quadro delicado, especialmente pela forte marcação adversária. Na prática, o Guarani dependia de Bruno Nazário.

No intervalo, o técnico bugrino fez uma adaptação que talvez sirva para o restante da competição. Se na primeira etapa, Fumagalli revezava entre a parte central do gramado e do lado direito, a segunda etapa marcou sua estadia definitiva pelo lado do campo.

Detalhe: não era acomodação ou previsão de cansaço. Nada disso. O jogador ficou avançado, quase no trecho final do gramado e de frente para o lateral-esquerdo Paulinho. Como Lenon estava impossibilidade de fazer o clássico vai e volta, o expediente foi entregar a bola ao camisa 10 para que ele fizesse o trabalho de autentico ponta.

Como é inteligente e bate muito bem na bola, por diversas vezes o Guarani criou ataques pelo lado direito com o cruzamento sendo feito por Fumagalli. Detalhe: e com perigo. Com tal expediente, Paulinho e Bruno Nazário ganharam mais autonomia e time ficou mais contundente, especialmente pela boa presença de Rafael Silva.

Hoje, está claro que os armadores são Paulinho, Bruno Nazário e Rafael Silva. Bruno Mendes como titular do ataque. Mas esteja presente desde o primeiro minuto ou no banco de reservas, Marcelo Cabo pode comemorar o fato de ter encontrado um espaço para Fumagalli em que ele pode explorar todo o seu potencial técnico e com perspectiva de administrar o desgaste.

(análise feita por Elias Aredes Junior- Foto de Gabriel Ferrari-Guarani Press)