Reportagem publicada nesta quarta-feira no jornal Lance! exibe o trabalho feito pelos gigantes nas categorias de base. A crise financeira e a escassez de dinheiro provocou inédita abertura aos jovens que passam anos e anos perdidos em alojamentos e ávidos por uma chance, nem que seja por cinco ou dez minutos.
Os dirigentes ouvidos confirmam a opção provocada pela crise econômica e a necessidade de buscar saídas. E olhe que não falamos de craques e sim de jogadores comuns, sem dons especiais. Ou dá cravar que Guilherme Arana é o novo Roberto Carlos? Ou Lucas Paquetá poderá se transformar em um armador virtuoso, capaz de atuar pelo Barcelona e Real Madrid antes de fazer história no Flamengo?
Sem contar o modelo exercido pelo Fluminense, que nesta temporada escalou 16 jogadores oriundos das categorias de base. E não reclama. Eis que vem a pergunta: por que a Ponte Preta não segue o mesmo modelo? O seu orçamento é menor do que qualquer gigante nacional. Ostenta tradição de revelar jogadores e as campanhas dos times Sub-20 e Sub 17 não decepcionam. Alguns atletas decepcionam como o lateral-esquerdo Jeferson, sacrificado por atuar fora da posição.
Só que é impossível ignorar o potencial técnico do centroavante Yuri e do armador Ravanelli, diagnóstico verificado pelo próprio técnico Gilson Kleina. Não são craques ou candidatos a Deuses, mas pela escassez do futebol nacional podem entrar no time titular em definitivo e receberem uma longa sequência de partidas.
Ravanelli já viveu o lado negativo da moeda. Após duas ou três partidas em que oscilou em 2016 foi retirado do time titular. Uma atitude diferente adotado no ano passado com Fábio Ferreira, que ganhou toda a paciência do mundo, apesar dos erros contumazes.
É uma política equivocada do clube, especialmente quando adota resolução fora de sintonia com a torcida. Só relembre o caso de Léo Cereja, respaldado pelas arquibancadas e hoje emprestado.
Claro, não conhecemos os detalhes e meandros do trabalho nas categorias de base. Tal desconhecimento não pode jogar no mar do esquecimento uma diferença tácita: a Ponte Preta tem receio de utilizar seus jovens valores. Os gigantes usam sem pestanejar. Tem algo errado nesta receita.
(análise feita por Elias Aredes Junior)