“Meu Deus, chegamos na final”. Foi esta a frase que recebi de uma torcedora pontepretana pelo serviço de mensagens instantâneas, Messenger, no dia 19 de abril de 2008 por volta das 21h30.
Naquele instante, a Ponte Preta vencia o Guaratinguetá por 2 a 1 e carimbava o passaporte à decisão do Campeonato Paulista. Independente do que aconteceu nos 180 minutos contra o Palmeiras, o triunfo no estádio Dario Rodrigues Leite foi emblemático para a história da Macaca. Fatos e razões que escapam do torcedor e que deve ser relembrados.
Para começar, foi a última vitória ou conquista marcante da Macaca sob o comando de um treinador criado nos corredores do estádio Moisés Lucarelli. Sérgio Guedes foi goleiro do clube e em 2007 era o treinador do Sub-20, quando foi guindado ao profissional. Perceba: dali em diante, os técnicos com bons resultados foram os “forasteiros” Gilson Kleina, Guto Ferreira e Jorginho, condutor do vice-campeonato na Sul-Americana.
A vitória em Guaratinguetá foi a primeira com a presença de Renato Cajá em campo. Na época, o então armador de 24 anos vinha da Ferroviária e queria um espaço no mundo da bola. Deu certo. Após o vice-campeonato paulista de 2008 e o quinto lugar na Série B do mesmo ano, o atleta rodou pelo mundo árabe, Grêmio, Botafogo e, de quebra, conseguiu mais dois acessos pela Alvinegra, em 2011, com Gilson Kleina e três anos depois com Guto Ferreira.
O triunfo no Vale do Paraíba surgiu como bálsamo após a temporada frustrante de 2007, quando time ficou na zona intermediaria, na décima primeira posição com 52 pontos e sete pontos atrás do quarto colocado, o Vitória (BA), com 59 pontos. Com jogadores desconhecidos do grande público, a Macaca surpreendeu e fez história no Paulistão.
Não há como relembrar este jogo e ignorar o goleiro Aranha. Talvez aquela tenha sido a principal exibição de sua carreira. Não só pelas defesas e pelo pênalti cobrado por Michael e defendido pelo arqueiro aos 35 minutos do primeiro tempo e com a partida empatada por 1 a 1 (gols de Nenê aos 25 min e Luis Ricardo aos 27 min da etapa inicial), mas pela conjuntura envolvida, pois os donos da casa jogavam com um homem a mais após a expulsão do lateral-direito Eduardo Arroz no segundo tempo.
Pois Aranha segurou o samba e armou o cenário para o gol do centroavante Wanderley aos 33 minutos do segundo tempo.
Uma dia e uma partida que jamais poderá ser esquecida por qualquer torcedor pontepretano.
(análise feita por Elias Aredes Junior)