Guto Ferreira e a recordação de uma fórmula que deu certo na Macaca. Por que foi abandonada?

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Em setembro de 2012, Gilson Kleina tinha saído da Ponte Preta e aceitou o desafio de dirigir o Palmeiras, a beira do rebaixamento. Já tinha conhecimento sobre o interesse em Guto Ferreira, que na ocasião estava na luta pelo acesso com o Mogi Mirim, da série D para a C. Conseguiu. Lembro-me de ter feito um telefonema e a dificuldade do então treinador emergente do Sapão em atender a ligação, tamanho o barulho.

Dias depois, ele assumiu e não decepcionou. Sustentou a Macaca na divisão de elite e depois fez um bom Campeonato Paulista e conquistou o Título do Interior. Caiu após um início ruim no Brasileirão e que no final das contas foi decisivo para a queda.

Ele retornou em 2014 e foi vice-campeão da Série B. Fato é que o seu perfil nunca mais apareceu no Majestoso. Ou seja, um treinador estudioso, com sede de vencer e capaz de arrancar o potencial dos atletas. Desde então a Macaca só apostou em “figuras carimbadas”: Doriva, Eduardo Baptista, Marcelo Chamusca, Vadão, Gilson Kleina e João Brigatti. Uma tentativa foi feita com Felipe Moreira. Sem sucesso.

Guto saiu ao mundo e viabilizou acessos com o Bahia e Internacional. E certamente vai carimbar com o Sport. Mas ouso dizer que a vontade extra surgiu nas duas passagens pela Macaca. Era a largada. Tudo ou nada. Vida ou morte.

Independente do que acontecer nesta quarta-feira à noite na Ilha do Retiro, uma reflexão é válida entre a diretoria e torcida: por que a Ponte Preta não encontra e não aposta mais em  profissionais estudiosos e com vontade de vencer? E se são encontrados porque não há mais paciência da torcida? Por que sempre acreditar de que uma “grife” era levar a Ponte Preta ao olimpo?

Exemplo cabal disso é torcedores pedirem Abel Braga de volta. Um profissional que ganha, no mínimo R$ 700 mil mensais. Para todo o departamento de futebol profissional da Macaca o valor destinado em 2019 é de um milhão de reais mensais.

Torcedor pontepretano: Gilson Kleina pode voltar a render bons frutos. Desde que readquira o brilho e o furor de quando foi descoberto por Niquinho Martins no Duque de Caxias e lhe levou para a Ponte Preta no final de 2010. Fora disso e por aquilo que foi feito até o momento, a frustração com Kleina será muito provável. A saída é retornar ao espirito daquilo que deu certo. E Guto Ferreira é o modelo.

(Elias Aredes Junior)