Na Ponte Preta, jogadores sob pressão e dirigentes em temperatura morna, quase fria. Até quando?

0
864 views

Todo jogo o procedimento é repetido. A Ponte Preta não colhe o resultado esperado e os jogadores são colocados em julgamento nas redes sociais.  Passes errados de Dawhan, falhas de Ygor Vinhas, equívocos de Gilson Kleina na escalação ou pode sobrar até para o preparador físico Juvenilson Souza.

Como a maré não está para peixe e a zona do rebaixamento é algo presente, eis que após a derrota para o Guarani o time sofre ataques de morteiro enquanto trabalhava no CT do Jardim Eulina para o jogo contra o Operário. Além de não colaborar em nada , a atitude incute dentro do atleta um processo de autodestruição e de baixa autoestima e que no final colabora ainda mais para o estado de caos.

Entendam: não se prega aqui a apatia diante das atuações ruins da Ponte Preta sob o ponto de vista técnico e tático. São pessoas públicas e estão submetidas ao escrutínio. Critica tem um conceito. Agora linchamento virtual que indiretamente e sem querer autoriza que torcedores tenham atitudes inconsequentes na vida real é outro cenário. Sem contar que ao central fogo em jogadores e comissão técnica o verdadeiro alvo é poupado: a diretoria e os responsáveis pelo futebol que montaram o time.

Fui rebatido no Twitter. Respeitosamente me disseram que as criticas acontecem. Todos os dias. Discordo. Por um motivo: mesmo que aconteçam não criam um processo de reflexão dentro do clube e de quem é responsável pelo futebol.

Dou como exemplo algo ocorrido dentro da própria Ponte Preta: lembram da pressão exercida sobre Gustavo Bueno enquanto era executivo de futebol? Conseguem se recordar das criticas veementes direcionadas a ele? Alex Brasil e Alarcon Pacheco receberam o mesmo tipo de tratamento? Respondo: não.

Em comparação com que viveu Gustavo Bueno, a torcida concedeu até uma trégua. E talvez este tenha sido o erro. Especialmente na transição de uma temporada para outra. Alex Brasil saiu? Tudo bem. Alarcon Pacheco dá poucas entrevistas? Tudo bem também. E eu, você todos sabemos que não está tudo bem. Infelizmente.

(Elias Aredes Junior-foto de Diogo Almeida-Pontepress)