Não vai faltar trabalho para Oswaldo Alvarez no gramado do Brinco de Ouro.

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Ney da Matta, Mauricio Barbieri e Oswaldo Alvarez. Três meses, três treinadores diferentes no Guarani. O quadro ainda não é desesperador em relação a classificação na Série A-2. Matematicamente, dá para lutar pela classificação. A tristeza é gerada pela prática. Futebol desencontrado, pobre, sem inspiração e apático. Vadão tem um novo desafio. Terá que contar com a sorte. Apelar aos deuses do futebol para sanar em pouco tempo defeitos que parecem crônicos. Vamos a eles:

Defesa com zaga sem confiança e laterais limitados- Se Leandro Santos e Lenon são peças estáveis e com boa produtividade, o mesmo não se pode dizer da zaga. Leandro Amaro e Ferreira deixaram muitos órfãos. Genilson e Alef são corretos, mas não tem o vigor que fez a diferença na Série C do Brasileirão. Diego Jussani, por sua vez, tem liderança, mas padece de lentidão. Presa fácil. Para completar o menu indigesto, acrescente a lateral esquerda. Gilton tem fôlego, mas é limitadíssimo; Dênis Neves exibe técnica, mas o oxigênio acaba antes dos 90 minutos. Hernani, por sua vez, não foi testado para valer no setor. Com tantas limitações á vista, a saída é definir um quinteto defensivo e treinar taticamente exaustivamente. Posicioná-los de modo correto nas bolas paradas e protege-los ao máximo.

Meio-campo com falta de um típico segundo volante: Se o tema é resguardo, tanto Evandro como Auremir cumprem com folga a missão. Marcam como poucos, fecham os espaços e fazem de tudo para cobrir os companheiros da zaga. Obstáculo são as características de jogo, muito semelhantes. O Guarani não tem um volante com força, vigor, velocidade e técnica para levar a bola ás proximidades da área e servir de opção ao armador, seja quem for. Wesley nas quartas de final contra o ASA (AL) no ano passado deu um belo exemplo de como executar a tarefa. Em contrapartida, Bruno Nazário tem postura ímpar. Arranca com a bola, arremata de média e longa distância e deixa os companheiros na cara do gol. É preciso encaixar a melhor situação para que o setor tenha estabilidade.

Ataque e um companheiro para o camisa 9: Eliandro resolveu uma parte considerável das deficiências ofensivas. Faz bom serviço de pivô, forte o suficiente para proteger a bola em condições arriscadas e tem um arremate capaz de provocar temor em qualquer atacante. A dúvida presente é como Vadão vai explorar tais características: pode escalar o atleta de modo isolado e postar três armadores para abastecê-lo. Ou um segundo atacante, que no caso seria Braian Samúdio, apelido irregularidade. Se a questão do atleta de 21 anos for emocional, o novo técnico bugrino tem experiência de sobra para inverter o quadro.

Fumagalli pode ser solução. Desde que bem utilizado: Se bem aproveitado, o atual camisa 10 bugrino não é problema e sim solução. Ótimo cobrador de faltas, eficiente nos escanteios e proprietário de um faro de gol exuberante dentro da pequena área. Só existe um inconveniente: Fumagalli não é menino. 39 anos estão registrados na sua carteira de identidade. Não acompanha com vigor a velocidade do futebol atual. Ideal seria acioná-lo nos 25 minutos derradeiros. Ney da Matta buscava tal encaixe. O plano foi abortado no caminho. Vadão conseguirá?

Algo é possível dizer: o experiente técnico sempre é chamado para apagar incêndios no Brinco de Ouro. Por enquanto, não falhou. Dúvida é saber se o destino lhe dará instrumentos para corrigir tais deficiências e ainda ter permissão para sonhar.

(análise feita por Elias Aredes Junior)