Nem Raiz ou Nutella. O que a Ponte Preta precisa é de gente competente

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A internet virou terreno fértil para brincadeiras. Uma das preferidas é do confronto raiz x nutella. Ou seja, de um lado qualquer pessoa ou instituição com hábitos simples e do outro tudo que é aburguesado. Ou cheio de frescura. Posso transferir tal modelo para a Ponte Preta? Nem tanto. Longe disso. Até porque as duas experiências deram errado.

Quantas e quantas vezes você não ouviu a necessidade da Macaca ter gente de “raiz”, com genuíno sentimento pontepretano? Se realizar um exame minucioso verá resultados decepcionantes. Vanderlei Paiva foi talvez um dos maiores volantes da história da Ponte Preta e seu desempenho seja como dirigente ou treinador decepcionou. Oscar Salles Bueno Filho, o Dicá, é uma legenda e mito na história da Macaca. Ìdolo maior. Isso foi suficiente para evitar seus fracassos como diretor ou superintendente de futebol? Nada disso.

Marco Aurélio Moreira foi uma meio-campista rápido e destemido. Apesar de resultados satisfatórios como treinador saiu com fama de retranqueiro. A raiz não funcionou. E quando a “raiz” funciona como álibi para que as arquibancadas tenham paciência com aqueles que começam a trilhar o caminho pedrogoso do futebol? Felipe Moreira não montou o time direito? Dá um tempo, pois é filho do Marco Aurélio Moreira. Gustavo Bueno gera polêmica como gerente de futebol? Esqueça qualquer crítica porque ele é filho do Dicá.

A Nutella é outro tiro n´água. Ponte Preta é sinônimo de povão, mobilização. É para relembrar o esforço que pobres e operários fizeram para construírem o Majestoso. Então, o ingresso de R$ 15 é um bom sinal? Claro, uma ótima notícia, mas é insuficiente. Antes de tudo, é preciso mudar a mentalidade administrativa da atual diretoria, focada em exercer o papel de dono de mercearia voltado para as classes populares e determinada agora a transformar o estabelecimento em uma loja gourmet, aos ricaços de plantão. Aproximar-se do torcedor é tirar os sapatos de couro, as camisas de seda e vestir a camisa preta e branca com faixa tranversal. Sim, sem invenção de terceiro ou quarto uniforme fora do estatuto. Tradição é bom e todo mundo gosta.

Os treinadores que mais deixaram saudade na Ponte Preta nos últimos tempos foram Guto Ferreira e Jorginho. Sem deixar de mencionar Gilson Kleina, apesar de sua saída equivocada ao Palmeiras. Os três não eram Raiz. Nem Nutella. Eram competentes. É disso que a Ponte Preta precisa.

(análise feita por Elias Aredes Junior)