O interesse pelo futebol campineiro definha em praça pública. Ninguém reage. Até quando?

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Futebol é negócio. Dinheiro para realizar a independência financeira de jogadores, empresários e treinadores. Uma máquina de produzir dinheiro. Inegável. Tais características no Brasil não ganham sentido sem sentido de comunidade. É a cidade, o grupo, a Torcida Organizada que dá sentido para que todo domingo o sonho seja renovado. E que o pulso da bola fique em atividade.

Quem verifique a atual situação de Ponte Preta pode pensar em um quadro espetacular: três derbis previstos, clubes melhores em relação aos clubes do interior paulista e perspectiva de disputar o acesso à divisão de elite. Esta é a aparência. E a realidade nua e crua é que estamos morrendo aos poucos.

Pense: no ultimo final de semana, tivemos as duas equipes nos seus estádios. Sediados em uma cidade com 1,2 milhão de habitantes e com uma Região Metropolitana com 3,3 milhões de habitantes. Se você juntar os dois jogos deu 5.294 torcedores. Ou seja, Ponte Preta e Guarani não reuniram seis mil pessoas em 180 minutos. E são basicamente estas pessoas que consomem noticias, estão em grupos de Facebook e Whatsapp. Heroós da Resistência.

Caminhe pelas ruas centrais. Perceba se Macaca e o Alviverde são o foco central das conversas. Falamos de Corinthians, do Barcelona, Flamengo, mas no encontro presencial somos incapazes de falar dos fatos do futebol campineiro.

Clubes sediados em um município cuja a maior torcida é o Corinthians, com 20% da torcida.

Não perdi a esperança por incrível que pareça por causa das crises políticas nos dois clubes. Bem ou mal é um sinal de que o interesse não caiu e pode ser reativado a qualquer momento. Os publicos nos derbis no ano passado é outro sinal alentador. Mas futebol de alto nível não dá para fazer apenas contra um único adversário. O interesse precisa acontecer em todos os jogos.

O passo inicial na reversão da expectativa é encarar a crise como ela é e trabalhar para convencer o torcedor desiludido a voltar para o estádio e instigar o garoto e garota de Campinas a apaixonar-se por uma das duas bandeiras. Do jeito que está, um dia a irrelevância surgirá. Para os dois.

(análise feita por Elias Aredes Junior)