O Guarani tem uma série de vantagens quando entrar em campo no sábado contra a Ponte Preta, às 19h, no estádio Brinco de Ouro. Jogará na sua casa, com lotação máxima, ostenta o título da Série A-2 do Campeonato Paulista e tem poderio ofensivo para construir a vantagem. Com tais atributos, o que fazer para transformar tais predicados em vitória?
É preciso entender a mecânica de jogo armada por Umberto Louzer. Do meio-campo para frente existem volantes de características distintas. Baraka, mais talhado para marcação à frente dos zagueiros, e Ricardinho, responsável por produzir a transição do meio-campo ao ataque com velocidade e atuar como elemento surpresa.
Os componentes de criação têm funções específicas. Rondinelly é aquele capaz de fazer a bola girar. Ou seja, faz com que os laterais sejam acionados ou por intermédio de jogadas de penetração pelo meio-campo. Bruno Nazário, por sua vez, atua pela meia direita e faz dobradinha com Lenon, sempre com a preocupação de buscar a linha de fundo. Se for mantida a improvisação de Marciel na lateral-esquerda, uma porta ofensiva fica aberta ao time bugrino.
Com Bruno Mendes, o time ganha dois trunfos: um atacante de referência com bom aproveitamento no jogo aéreo e atento no rebote ofensivo, mas com movimentação suficiente para aproveitar-se do vacilo da zaga adversária e, com isso, ir na direção do gol.
Tais instrumentos deixam o treinador alviverde com a opção de empreender logo no minuto inicial uma marcação pressão capaz de sufocar a Ponte Preta e proporcionar poucas saídas de bola. Forçar Orinho ou mesmo Tiago Real para recuarem e auxiliarem os zagueiros na busca da marcação eficiente pode ser uma trilha.
Uma alternativa é que Doriva, ainda em inicio de trabalho, executa constantes mudanças no time titular e isso pobre abrir espaço para quem consegue aproveitar-se de tal atributo. A troca de passes que culminou no gol de Henrique Dourado é uma prova cabal de tal cenário.
Só não pode cair na armadilha do favoritismo artificial. Ao contrário do que alguns pensam, a Alvinegra tem trunfos para surpreender. E não são poucos. A concentração fará a diferença no clássico campineiro.
(análise feita por Elias Aredes Junior)