Oposicionistas pontepretanos respondem questionário do Só Dérbi e revelam um deserto de ideias e projetos. Uma tragédia de proporções épicas

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Se eu fosse eleitor na Ponte Preta certamente estaria em baixo astral. Inconformado pela falta de opções e projetos viáveis. Um sentimento cravado na alma se levarmos em conta as perguntas respondidas pela chapa oposicionista Renovação ao questionário encaminhado pelo Só Dérbi.

Vou direto ao ponto: as respostas são decepcionantes. Vazias. Superficiais. Mais confundem do que esclarecem. Não produzem um ativo importante em processo eleitoral: esperança.

Quem fez a leitura de todas as respostas terminou com a sensação de que escolher a chapa oposicionista equivale a fornecer um cheque em branco. Não há informações e dados concretos. Não há uma diretriz de trabalho. E tal conceito a oposição deveria fornecer.

Por que? Porque existe um grupo que ocupa o poder no Majestoso há 20 anos e o eleitor indeciso quer uma plataforma minimamente sólida para cravar seu voto de mudança. Quer um exemplo de artificialidade? Logo na primeira pergunta, existe um pedido para a chapa analisar como melhorar a produtividade do futebol com poucos recursos. A resposta foi a seguinte: “O fato de termos uma cota menor não pode ser usado como “muleta”. Hoje o futebol é dinâmico e os recursos devem ser bem distribuídos. Vamos implantar novas politicas de contratações, com melhores avaliações. Hoje existem inúmeros recursos e erros que precisam ser diminuídos e evitados. No futebol atual é possível chegar a melhores posições nas competições com orçamento menor. Não podemos compactuar em abdicar de uma ou outra competição, que também geram recursos. Temos outra dinâmica, outros projetos, e tudo será  investido conforme orçamento, com transparência para que os objetivos e metas sejam atingidos”.

Como carta de intenções é uma bela resposta, como projeto com começo, meio e fim é uma rotunda decepção. Ora, a pergunta dá chance para respostas práticas como direcionar, descobrir e contratar jogadores de baixo salário e que sejam competitivos. Também para exibir possibilidade de revenda ou de frutos no gramado. Seria a chance de expor como seria conduzido o departamento de futebol, se com um ex-jogador pontepretano ou com um executivo de futebol ou ainda um pontepretano de “raiz”.

Mais: poderia utilizar modelos exitosos do Atlético Paranaense ou da Chapecoense, vitoriosos nos últimos anos apesar das disparidades de renda. Da situação, o torcedor sabe que não pode esperar nada disso. Agora, se a oposição não consegue formular nada, uma ideia capaz de galvanizar e apaixonar o torcedor comum e o conselheiro que vota é porque o quadro é pior do que imaginávamos.

É inadmissível aceitar que um grupo de oposição com três ou quatro anos para pensar em temas emblemáticos e não tenha percorrido além do clichê. Não dá para tirar outra conclusão ao verificar o seguinte trecho sobre os planos do grupo político para o trabalho nas categorias de base. “(…)Os projetos serão apresentados e cumpridos após a eleição da chapa com mais detalhes. O importante agora é fazer funcionar novamente a fabrica de craques que a Ponte Preta sempre foi (…)”. Como assim? O eleitor é o elemento soberano e precisa saber dos os detalhes planejados pelos candidatos. Então só vai saber após que as urnas forem abertas e a vitória for decretada á oposição? Que absurdo é esse?

Não nego a boa intenção do grupo oposicionista. Querem o melhor para a Ponte Preta e desejam mudar uma metodologia de governo com sinais de esgotamento. Mas ao trilharem o caminho da ausência de ideias, projetos concretos e quadros confiáveis, a oposição, juntamente com a mesmice da situação produzem um sentimento no coração do torcedor pontepretano: frustração.Tragédia infinita.

(análise feita por Elias Aredes Junior)