A estreia de Marcelo Cabo no Guarani trouxe fatos positivos e negativos. Apresentou um novo estilo de jogo e de proposta ainda desconhecido da torcida. É hora de fazer um balanço do que está certo ou errado.
No sistema defensivo, é bom o torcedor bugrino acostumar-se. Os zagueiros vão jogar sem proteção. Betinho vai lançar-se no campo de ataque e Evandro atuará um pouco adiantado, sem preocupação se vai colocar William Rocha e Ewerthon Páscoa em uma cilada. Como precaução, a saída será às vezes posicionar Lenon ou Richarlyson como um terceiro zagueiro.
Por que tal postura? Por que Marcelo Cabo acredita no conceito de aproximação. Meias, volantes e laterais próximos uns dos outros para exercer um jogo de velocidade e intensidade e com a consequente criação de oportunidades.
Neste contexto, explica-se a escalação de Bruno Mendes. Contra o Vila Nova, o centroavante movimentou-se nas costas dos zagueiros ou caía pelos lados. Não por afobação e sim para oferecer opções de jogo aos meias Rafael Silva e Paulinho pelos lados e Bruno Nazário centralizado.
Com tal expediente, o chutão foi descartado em boa parte do período. Só foi acionado quando o Vila Nova adiantou sua marcação na reta final do jogo e dificultou a saída de bola bugrina. Sorte que o rebote do time goiano não estava azeitado e a bola sempre ficava com o Guarani. Em resumo: o time tem uma proposta ofensiva, mas deixa o time exposto ao contra-ataque.
Se estivéssemos no ínício do ano, eu apostaria que a proposta de jogo teria boas possibilidades de dar certo. Treinamentos, repetições e os jogadores focados é a receita recebida por Marcelo Cabo no Atlético-GO e que não deu certo no Figueirense.
A tendência é o time exibir evolução no confronto com o Boa Esporte. Só não existe certeza se isso será suficiente para voltar a sonhar com dias melhores.
(análise feita por Elias Aredes Junior)