Ponte Preta e futebol feminino: planejamento meticuloso, desenvolvimento e infraestrutura para as meninas. Quando o óbvio será trabalhado?

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Em 15 jogos foram 14 derrotas e uma vitória. A equipe anotou sete gols e tomou 62. O raio-X da equipe de futebol feminino da Ponte Preta no Brasileirão não é nada agradável. Ser rebaixada para a Série A-2  é uma noticia negativa. Muito. Então as jogadoras são as principais culpadas? Errado. Quem pensa assim está equivocado.

Equipes de ponta no território nacional como Internacional e Ferroviária, lideres na fase de classificação, encontram-se neste posto porque desenvolvem o seu trabalho há muitos anos. Mesmo o Palmeiras, porque é um trabalho arquitetado e montado primeiramente pela técnica Ana Lúcia Gonçalves em Vinhedo. Ricardo Belli só dá continuidade ao trabalho. Do Santos, então, nem precisamos falar.

Nada acontece por acaso. As meninas que brilham nestes clubes desembarcaram sem um entendimento complexo do jogo e com necessidade de evolução. Tiveram á disposição uma infraestrutura adequada para se desenvolveram e o clube apresentar resultados.

Como pedir bom desempenho dessas meninas na Ponte Preta se durante muito tempo existiu falta de condições de trabalho? Como exigir excelência se a cada ano a diretoria executiva da Ponte Preta pensava de modo diferente? A cada ano uma filosofia e que várias vezes traçava um trajeto totalmente diferente daquele previamente estabelecido no ano anterior? Responda para si mesmo: você consegue desenvolver a plenitude do seu potencial em um local bagunçado, sem planejamento ou sem metas? Pois é.

Quem deveria ficar impregnado de vergonha por cada um dos 62 gols sofridos não são as meninas e sim os componentes da diretoria executiva, do Conselho Deliberativo e até de muitos torcedores, que pregam valorizar o futebol feminino pontepretano apenas da boca para fora.

A reportagem do Só Dérbi pediu uma definição da diretoria sobre o que será feito. Recebeu como resposta que os próximos passos serão definidos. Um pedido de desculpas as jogadoras e a comunidade pontepretana por tamanha falta de zelo já seria um belo começo.

(Elias Aredes Junior)