Vamos deixar claro: Hélio dos Anjos é excelente treinador. Não deixou de ser porque perdeu do Cruzeiro e agora para o Sampaio Correa pelo placar de 2 a 1. Mas cá entre nós: assim como qualquer treinador, Hélio dos Anjos tem umas manias. . Alguns conceitos que por vezes fogem ao modelo comum. Dá certo em algumas oportunidades? Concordo. Em outras não.
Manias que dão certo? Sua obsessão em lançar jovens valores. Já lançou Felipe Amaral, reforçou a qualidade de Léo Naldi e garantiu uns bons trocados para o clube com a venda de DG para o Red Bull Bragantino. Inegável comprovar: mania do bem.
Agora, tem uma mania em que ele flerta com o perigo, que é a de escalar em cima de esquemas táticos que é considerado esquisito aos olhos do público. Um tic futebolístico.
Contra o Sampaio Correa, a decisão foi a de escalar três zagueiros: Matheus Silva, Fábio Sanches e Léo Santos. Sim, eu sei e você sabe que o treinador realiza atividades e testa várias vezes durante os treinos. Nada é feito de maneira aleatória e sem sentido. Mas que são decisões recorrentes e que produzem preocupação ao torcedor, disso não tenho duvida.
O pior é quando a decisão é colocada a prova minuto após minuto no gramado. Em São Luiz, o esquema ruiu logo no primeiro gol feito por Gabriel Poveda, produzido a partir de uma cobrança de lateral!
Veja: não foi um cruzamento venenoso, algo que pegasse todo mundo de surpresa. Foi um cruzamento feito com as mãos, com a bola em velocidade menor. Vacilo mesmo com três zagueiros e bola na rede.
O que dizer então das inumeras arrancadas de Pimentinha pelos lados do campo e que não eram bloqueados? E estamos falando de um jogador acima dos 30 anos. Ou seja, escalar três zagueiros não surtiu o efeito desejado. Para completar, a sorte não estava ao lado da Macaca. Não há como tirar outra conclusão para o gol feito por Rafael Costa, com passagem na dupla campineira e que agora é talismã da Bolívia Querida.
Resumo da opera: apesar do esforço e da boa intenção de Hélio dos Anjos, e do gol de Echaporã, nada deu certo para a Ponte Preta. Ah, e Elvis fez uma falta danada. Não é apenas por causa de qualidade técnica. É que com ele em campo, só ele inventa e utiliza a criatividade. E a margem de manobra para os testes de Hélio dos Anjos fica bem mais restrita.
(Elias Aredes Junior-Com foto de Ronald Felipe/SCFC)