Fica combinado. Um protege o outro. Sem medo de ser feliz. Gustavo Bueno é amigo de Luis Fernando Goulart. Que é “brother” de João Brigatti. Sem temor de ser amicíssimo de Felipe Moreira. Que tinha a solidariedade de Giovanni Di Marzio. Nos braços do companheirismo de Hélio Kazuo. Obediente a Vanderlei Pereira. Respeitoso com Sérgio Carnielli. Tudo fechado. Ninguém entra. Ninguém sai.
Amigos. Para o que der vier. Aliás, para o que der. Vier nunca. Não pode críticar. Imprensa boa é aquela que esquece o viés crítico na gaveta de casa. É proibido encontrar defeito. Não pode analisar equívocos de planejamento. Meta? Amizade incondicional. Sem mácula.
Derrota? Fracasso? Tudo jogado para debaixo do tapete. Como foram por anos e anos. Não importasse o presidente ou comandante do futebol. Terceiro lugar era ótimo. Segundo lugar era feito. Campeão? Não havia como sonhar.
Em 1977, 1979 e 1981 não deu porque era prioritário faturar. O que justificava disputar uma decisão no Majestoso? Pisar no Morumbi não assegurava taça, mas enchia os cofres. Surge 2008. Campanha histórica, o jogo em Campinas contra o Palmeiras e a derrota. Goleada no confronto decisivo. Pouco interessa. Afinal, são os amigos que estão à frente. Eles fizeram o que era possível. Ou até o impossível. Não pelo titulo e sim pela amizade. Com o poder e com quem está no poder.
Eles não querem dizer a verdade para você, torcedor sofrido, mas o foco continua: preservar a amizade, a lealdade, os vínculos. Parte esportiva? Não é o caso de sonhar ou lutar. É fazer o que dá e confraternizar. Entre eles. Sempre.
Espírito de competição em segundo plano. Vale o gestual, o grito, suor, a lágrima. O título e a vitória não vieram. No vestiário, todos se confraternizam e planejamento do dia seguinte é mantido. Competir é o mantra. Ganhar só por um acaso do destino.
O que importa são as amizades. O futebol vem depois.
(análise feita por Elias Aredes Junior)