Ponte Preta: uma equipe que é goleada em casa, esquece de fornecer explicações ao torcedor e não tem diretor de futebol estatutário. Até quando o quadro vai perdurar?

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No próximo dia 05 de novembro, o eletricitário Sebastião Arcanjo completará um ano como presidente da Ponte Preta. Um período marcado por decepções no gramado, confusões políticas e uma tentativa de incrementar a representatividade das minorias dentro da Diretoria Executiva.

Talvez a sua falha mais grave seja a distância da teoria da prática em relação ao departamento de futebol. Não vou me dirigir ao executivo de futebol Gustavo Bueno, que já recebeu críticas (com justiça). A preservação tem um motivo: é o único subordinado do planeta terra que não tem superior. Balela dizer que seu chefe imediato é o presidente ou os componentes do colegiado de futebol. O estatuto do clube é claro em estabelecer o cargo de diretor de futebol, algo definido no artigo 53 do documento.

Repare: a direção conta com Fábio Abdalla para comandar o departamento amador mas não tem ninguém designado para conduzir o futebol profissional, o carro chefe.

Isso é importante? Vital? Considero que sim. Especialmente nos instantes de crise. Perceba que após a goleada sobre a Chapecoense ninguém apareceu para dar uma justificativa ou submeter-se ás perguntas dos jornalistas.

Se existisse alguém nomeado ele teria até o dever moral de aparecer e explicar aquilo que seria feito. Contratações? Dispensa de Alison? Conversa com o treinador? Nada disso ocorreu. Uma lacuna que ganha gravidade diante do atual quadro.

Reconheço que para alguns integrantes da atual diretoria é um fato que dói na alma. Porém, é preciso escancarar: quando eram diretores do departamento de futebol, Aldemar Perin, Marco Antonio Eberlim e Peri Chaib cumpriam os preceitos do estatuto e jamais fugiam da responsabilidade. Explicavam, justificavam suas ações e ficavam a disposição dos jornalistas para esclarecimentos. Você podia até discordar. Só não podia acusá-los de omissão.

Hoje, em pleno século 21, após sofrer uma goleada em casa, a torcida da Ponte Preta precisa conviver com uma diretoria que não se explica e que não nomeia ninguém para o principal setor da agremiação. É para sentar e chorar.

(Elias Aredes Junior)