Promoção com garrafas pet? O que precisa de reciclagem é o futebol da Ponte Preta

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Sou um defensor de preços populares. O povo precisa encontrar-se na arquibancada. É por causa dele que o futebol existe. É a razão de ser e de viver dos clubes. A Ponte Preta não foge à regra. Diante de tal descrição, deveria encontrar-me satisfeito pela promoção detonada pela diretoria para os jogos diante de Santa Cruz e Vitória no Majestoso, que vai viabilizar a troca de ingressos por garrafa pet. Bela sacada? Sim. Falta um detalhe.

Explico. Digamos que você esteja passeando em um Shopping Center. Avista um restaurante e quer degustar um almoço no local. Sistema de self service. Paga  R$ 30 pelo prato e o refrigerante. Depois de 20 minutos de refeição o arrependimento bate à porta: a comida é ruim, sem sal, gordurosa e por vezes mal cozida. Sua decisão é nunca mais pisar no local caso ocorra a manutenção (ou falta de) padrão do serviço. Nem uma promoção faria mudar sua decisão, salvo ocorresse uma recomendação e depoimento de mudança de parâmetro de serviço.

Faço tal comparação para dizer o óbvio. Uma coisa é oferecer promoção quando o time está em franca ascensão, joga um futebol empolgante e obtém vitórias épicas. Ou seja, para o torcedor a relação custo e benefício fica atraente. Os confrontos diante do Deportivo Pasto e Velez Sarfield na Copa Sul-Americana quando o time jogou um futebol de qualidade e os ingressos eram vendidos com valores populares.

E hoje? Nos últimos 12 pontos, a Macaca ganhou 1 ponto (empate por 2 a 2 diante da Chapecoense), atua de maneira apática e desatenta, jogadores apresentam-se com um futebol abaixo da crítica e como visitante a Alvinegra somou apenas 10 pontos em 15 jogos. No geral, o retrospecto é de mediano para bom, mas no curto prazo o produto é ruim.

A diretoria não está errada em fazer a promoção. Pelo contrário. Merece palmas. Só que de nada adiantará o esforço dos dirigentes se a comissão técnica da Ponte Preta e os jogadores não colocaram um conceito básico na cabeça: promoção eficiente é aquela em que a bola entra na rede e o time produz orgulho no torcedor. Hoje, o único sintoma produzido pelos titulares na torcida da Macaca é uma desagradável dor de cabeça.

(análise feita por Elias Aredes Junior)