Que o ex-zagueiro bugrino Neto vença o principal jogo de sua vida

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No momento que escrevo este texto o zagueiro Neto está na Colômbia e hospitalizado em estado gravíssimo. É um dos  sobreviventes do acidente com a Chapecoense. Trava a principal luta de sua carreira, de sua vida. Quero aproveitar este texto para testemunhar o quanto este jogador já deu inúmeras demonstrações de garra, determinação e humildade quando vestiu a camisa do Guarani.

Em 2010, eu já era repórter do jornal Tododia e comentarista de esportes da Rádio Brasil.  Neto desembarcou oriundo do Cianorte (PR) e suas atuações iniciais foram decepcionantes. Mereceu inúmeras críticas da imprensa, inclusive minhas. Ele não reclamou. Continuou em treinamento e participou em 2011 do acesso à Série A-1. Detalhe: mesmo nos momentos mais duros no seu relacionamento com a imprensa, nunca deixou de atender os jornalistas e argumentar de maneira educada e solícita.

Jogou quatro jogos na Série B, foi emprestado ao Metropolitano (SC) e retornou desanimado ao Brinco de Ouro para a temporada de 2012.

Eis que uma conversa mudou sua vida. O técnico Oswaldo Alvarez, o Vadão, assumiu o clube. Olhou no seu olho e perguntou se queria jogar. Se estava a fim de fazer diferença. Ele topou. Treinou como nunca. E fez uma zaga com Domingos, que levou o time à final do Paulistão e lhe abriu as portas. Ao receber o pedido de número de telefone do então técnico santista Muricy Ramalho, Neto percebeu que sua vida iria mudar. E mudou.

Foi assim que desembarcou na Vila Belmiro, em que lutou contra lesões em 2015. Posteriormente, Neto  foi contratado pela Chapecoense, em que vivia boa fase no Campeonato Brasileiro e na Copa Sul-Americana.

Como jornalista, oro para que Neto saia dessa. Que recupere sua saúde. O futebol precisa de pessoas como ele.

(texto: Elias Aredes Junior)