Seleção Brasileira: virtudes, defeitos e perspectivas de uma equipe com chance (enorme!) de evolução

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O empate por 3 a 3 com a Espanha na tarde desta terça-feira, mostrou a nova realidade da Seleção Brasileira. Que tem  pontos positivos e alguns preceitos a serem absorvidos pela torcida de agora em diante, especialmente nos jogos da Copa América e nos confrontos diante de Equador e Paraguai, válido pelas eliminatórias e marcados para setembro.

O ponto inicial é que somos uma equipe talhada em boa parte do tempo para atuar no contra-ataque. Temos jogadores velocistas, talentosos e no confronto de um contra um podem levar vantagem sobre o adversário.

Só que tal caracteristica não valerá nada se durante os 90 minutos a equipe deixar de transpirar ou esquecer de abraçar a superação como norma de conduta. Não concordo com aqueles que dizem que o Brasil jogou mal na etapa inicial. O Brasil jogou errado, com uma marcação frouxa e que facilitava a ação dos espanhóis.

Tanto que contra-ataques apareceram e chances foram criadas. O que faltou foi aprimorar a marcação. Ou seja, fica enterrada a premissa de que o Brasil é imbatível é que basta a bola no pé para fazer a diferença. Nada disso. Sem uma boa dose de foco e concentração, nada disso valerá.

Não quero ainda fazer muxoxo ou reclamar do futebol de Vini Junior. Uma hora embala e aparece. O principal encontra-se presente: um jogador dedicado, entregue ao jogo dentro e fora do gramado e com sede de vencer. E que contagia os companheiros. A reação dele a cada marcação equivocada da arbitragem diz tudo.

Para completar devemos analisar Endrick, de 17 anos. Sim, o Brasil é uma equipe com necessidade de espaço para atacar. Com o jogador do Palmeiras, o escrete ganha variação. Talvez ele seja o único jogador que sabidamente tenha capacidade de fazer o drible curto ou saiba conduzir a bola e participar da construção de uma jogada e conseguir o êxito, mesmo o oponente estiver bem posicionado na defesa. Ou seja, ele desempenha um papel fundamental em uma equipe propositiva.

Este foi o diferencial do segundo tempo. O trio de meio campo formado por João Gomes, Andreas Pereira e Lucas Paquetá ganhou uma alternativa para agredir e ameaçar o gol espanhol mesmo se a defesa adversária estivesse fechada. Este cenário auxiliou na busca da igualdade e na superação dos erros de arbitragem.

Ainda existe um longo caminho para ser percorrido. A Seleção Brasileira está longe do patamar ideal. Tal constatação não pode fazer com que se ignore os trunfos, possibilidades e variavéis disponíveis para Dorival Júnior, adepto claro de um esquema de trabalho arroz com feijão.

Com o elenco à disposição, dá para fazer algo bem temperado e matar a fome da torcida brasileira por arte, talento, vitórias e titulos.

(Artigo de autoria de Elias Aredes Junior-Foto de Rafael Ribeiro-CBF)