Tensão, expectativa, esperança. O drama não acabou. Mas o Guarani está ressuscitado na Série B

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Ainda é cedo para comemorar. O Campeonato não acabou. Teremos mais 21 pontos em disputa. Serão necessários mais 10 pontos para celebrar a fuga do rebaixamento. Ou três vitórias se a matemática for simpática. Mas é inegável que a vitória do Guarani sobre o Novorizontino por 2 a 0 fez com que a chave fosse alterada no estádio Brinco de Ouro. Anteriormente, existia pessimismo e desalento. Agora a esperança dita os passos de torcedores e de toda a comunidade bugrina.

Repito: ainda é cedo para comemorar. Mas é impossivel ignorar alguns fatos. E começo pela descrição do primeiro gol. Yuri Tanque marcou a saída de bola, o goleiro Lucas Frigeri atrapalhou-se na reposição e o camisa nove tomou a pelota e deu presente para Isaque marcar o primeiro gol.

Pois é. Nesta temporada do futebol brasileiro sempre enfatizei aqui: pesar a critica sobre o treinador e os jogadores é uma estratégia equivocada porque existe uma cadeia de comando no futebol e é ela que viabiliza as contratações, a definição da linha de trabalho e os objetivos a serem traçados. Por isso, sempre terminava minhas análises com uma pergunta: quem contratou?

Neste momento também é justo fazer a pergunta: quem contratou? Sim, devemos falar de Rodrigo Pastana. O objetivo está alcançado? Não. O futebol é traiçoeiro. Um dia você respira e no outro morre afogado.

Isso não impede o reconhecimento de que Rodrigo Pastana topou o desafio de trocar o pneu com o carro em movimento e juntamente com o técnico Mozart deram ao Guarani um ar competitivo que há muito tempo estava perdido. Mesmo nas derrotas. Não há como ignorar o bom rendimento no dérbi ou no revés para o Vasco da Gama. Em contrapartida, faça uma comparação antes da chegada do novo comando do futebol do Guarani e relembre o rendimento do Guarani contra o Ituano. Era um time fadado ao rebaixamento.

Pela matemática ainda existe risco. Mas já esteve pior. Há duas rodadas, o site Infobola, do matemático Tristão Garcia traçava que o Guarani tinha 77% de possibilidades de disputar a terceirona nacional em 2023. Após vencer o Operário, este índice caiu para 52% e após conquistar três pontos contra o Novorizontino o risco ficou em 38%. O ideal seria índice zero? Não há dúvida. Só que quem poderia há duas semanas imaginar que o Guarani empreenderia tal reação na classificação? Pois é.

O drama não acabou. É preciso ficar atento e forte para não sucumbir lá na frente. Mas este novo Guarani arquitetado no gabinete por Rodrigo Pastana é competitivo, resiliente e tem mais confiança. Acredite: não é pouco.

(Elias Aredes Junior com foto de Thomaz Marostegan-Guarani F.C)