09 de outubro de 1977-Corinthians 1 x 2 Ponte Preta. Um dia que resume o talento de Dicá, aniversariante de 13 de julho

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Neste dia 13 de julho o cidadão Oscar Salles Bueno Filho completa 69 anos. Uma data com chance de passar desapercebido pelos mortais se ele não atendesse pelo apelido de Dicá. O maior jogador da história da Ponte Preta. Camisa 10 na acepção da palavra. Condutor de esquadrões que fizeram a Macaca ser protagonista em diversas decisões. Que ajudou Campinas a transformá-la em capital brasileira do futebol no final da década de 1970.

Gols, partidas e lances inesquecíveis de Dicá formaram uma legião de torcedores e seguidores que permaneceram com a Alvinegra apesar de instantes dramáticos de sua história. Um portifólio formado por 154 gols em 164 jogos. Uma performance respeitável.

Craques e ídolos podem e devem ser resumidos em um lance. Ou em uma partida. O que resume Dicá? O que traduz a sua mística e carisma junto ao torcedor pontepretano?

Tudo pode ser sintetizado em um jogo e uma marca. O dia 09 de outubro de 1977 entrou para a história porque o camisa 10 pontepretano calou aproximadamente 143 mil torcedores presentes ao Estádio do Morumbi. Motivo: a Macaca venceu o Corinthians por 2 a 1, adiou a decisão do Campeonato Paulista e levou ao delírio três mil torcedores pontepretanos presentes na histórica decisão.

Na ocasião, o Corinthians tinha vencido o jogo inicial e aquecia as turbinas para comemorar o fim dos 23 anos sem títulos. O sonho parecia próximo da realidade quando aos 42 minutos do primeiro tempo, o atacante Geraldo proporcionou assistência para Vaguinho balançar as redes.

Neste instante Dicá ficou gigante, enorme, intransponível. Com maestria, toques refinados e visão de jogo, o camisa 10 da Macaca encurralou o Corinthians e aos 22 minutos da etapa final o mestre deu seu xeque mate.

O atacante Parraga foi derrubado nas imediações da área por Luís Eduardo. Na cobrança, Dicá bateu com precisão e deu voz a 3 mil fanáticos pontepretanos presentes ao Morumbi. O gol de Rui Rei foi o fecho de ouro para uma partida insuperável do camisa 10. Texto que mereceu o seguinte texto do jornal “Folha de S. Paulo” em sua edição de 10 de outubro de 1977: “(…) Mais uma vez Dicá mostrou ser um dos melhores armadores do futebol paulista do momento. Com inteligência e habilidade, conseguiu escapar da marcação de Russo e Luciano, tocando a bola sempre rápido”.

Este relato tem 39 anos. Parece atual. Moderno. Antenado. Por que? Simples: ídolos criam legado, formam torcedores, produzem frutos e são eternos. Nunca morrem. Hoje, não é dia somente de dar parabéns a Dicá e sim de agradecer. Agradecer por ter usado uma bola e um par de chuteiras para proporcionar amor, esperança e alegria a uma nação. Em 09 de outubro de 1977 e em todos os dias de nossa existência. Viva Dicá!

(análise feita por Elias Aredes Junior)