Uma reflexão sobre os altos e baixos do futebol campineiro na luta contra a homofobia

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Até as 16h40 desta segunda-feira não existia nenhuma referência nas páginas do Guarani no Facebook e no twitter sobre o Dia Internacional Contra Homofobia, Transfobia e Bifobia. Mais um gol contra da direção do clube que já tinha ignorado o dia 20 de novembro do ano passado e a celebração do dia da Consciência Negra.

Na Ponte Preta, apesar de ter publicado algo em suas redes sociais por volta das 20h de ontem, ficou uma sensação de que algo poderia ter sido feito bem antes pois outras agremiações colocaram suas homenagens desde as primeiras horas da manhã de domingo.Posteriormente, em contato com este colunista, a assessoria de imprensa da Ponte Preta esclareceu que a arte alusiva ao tema foi colocada no horário porque demorou para ficar pronta. Ou seja, faltou zelo por parte do responsável pela tarefa em perceber a importância da data e automaticamente antecipar o trabalho.

Dizer que existe um viés provinciano e de resistência em relação ao tema é chover no molhado. Mais: demonstra que os dirigentes bugrinos e pontepretanos, mesmo que inconscientemente ainda estão presos ao modelo de sociedade patriarcal, ou seja, de que devemos levar em conta apenas os heterossexuais e grupos sociais aceitos pela sociedade. Repito: a Ponte Preta, bem ou mal, colocou uma mensagem. Mas foi tardia. O Guarani nem isso.

Infelizmente, as diretorias dos clubes esquecem : homossexuais e toda a população LGBT são cidadãos como qualquer um. Tem direitos e deveres e são principalmente consumidores.

Devem existir milhares de bugrinos e pontepretanos espalhados por toda a Região Metropolitana de Campinas e que certamente ficaram magoados por verem que suas orientações sexuais não sofrem a devida inclusão ou valorização do assunto como merece. Pelo menos dentro das suas instituições. Sim, porque apoio envergonhado também não é legal. Afinal, não há como ignorar que um integrante desta população é morto a cada 23 horas e a homofobia é o motivo principal.

O futebol não se resume as quatro linhas. É espaço para exercício de cidadania e pertencimento. Para todos. Independente da orientação sexual ou raça. Que aprendem de uma vez por todas.

(Elias Aredes Junior- atualizado às 17h10)