Ponte Preta celebra dia do Orgulho LGBTQI+. Um clube que está com todos. E para todos. Que bom!

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São nos pequenos atos que clubes reafirmam sua identidade. Textos, imagens, posturas e declarações. A instituição precisa deixar de maneira clara aquilo que deseja para a sociedade.

A diretoria executiva da Ponte Preta em termos administrativos e no futebol é uma total decepção. Fraca. Mesmo se escapar do rebaixamento não há como disfarçar as decisões equivocadas do presidente Sebastião Arcanjo e do seu executivo de futebol Gustavo Bueno. Ah, sem deixar de contar o colegiado de futebol. Todos incompetentes.

Mas como afirmam ironicamente alguns filósofos contemporâneos, até relógio parado acerta a hora por duas vezes.

Na questão de afirmar-se perante a sociedade em relação a questões prioritárias, a Ponte Preta marca um golaço atrás do outro. Neste domingo, desde as primeiras horas, suas redes sociais foram invadidas por um arte alusiva ao dia 28 de junho, em que se comemora o Dia Internacional do Orgulho LGBTQI+. “A Ponte Preta é para todos. Sem preconceito e com muito respeito”. Uma frase simples e de significado gigante.

A Ponte Preta tomou a decisão de ampliar o seu escopo social. Lutar contra o racismo e o preconceito racial está no DNA da camisa alvinegra. Basta citar Miguel do Carmo e tudo se esclarece. Para quem não sabe, o primeiro negro a vestir a camisa da Ponte Preta e de um clube do Brasil.

É preciso avançar. A nossa sociedade brasileira é machista, misógina, homofóbica e dotada de outras preconceitos que encurtam as possibilidades de ascensão. Desde a sua fundação, a Macaca entendeu isso como poucos. Apesar das classes dominantes sempre presidirem o clube (isso é tema para outro artigo), a paixão, o amor, a mobilização, a força das arquibancadas do Moisés Lucarelli sempre foram oriundas dos excluídos. Trabalhadores, pretos, gays, mulheres, sem teto, sem terra…Queiram ou não, este é o perfil da Ponte Preta. É sinônimo de povo. De gente que sofre e encontra na “Nega Véia” a sua razão de viver. E de sobreviver com um sorriso no rosto.

Quando o clube demonstra solidariedade por qualquer nicho da população, o recado é claro: nós estamos aqui. Para o que der e vier.

Isto é Ponte Preta. Isto deveria ser o  Brasil.

(Elias Aredes Junior)