O que diferencia os meros mortais dos estadistas? Ou daqueles que vislumbram o futuro para as próximas gerações? Talvez seja a percepção de ir contra a maré.
O ano é 2013.
A Ponte Preta estava dividida. Era inicio de novembro e a escolha de sofia estava colocada: centrar fogo no Brasileiro, escapar do rebaixamento e assegurar boa renda em 2014 ou apostar tudo no terreno pantanoso da Sul-Americana?
O técnico Jorginho e o então presidente Márcio Della Volpe foram no sentido contrário. Colocariam time titular na Argentina e três dias depois contra o Vitória.
Na ocasião, a Alvinegra tinha 32 jogos disputados na competição nacional e estava na zona da degola com 34 pontos. Uma vitória diante do rubro negro baiano poderia tirar a equipe do sufoco. Uma parte do plano deu errado. Muito errado. A derrota por 3 a 0 no Majestoso praticamente afundou o time na Série B. Só que todos estavam anestesiados porque 72 horas antes a Macaca fez história.
Em uma partida perfeita, venceu em Buenos Aires os donos da casa por 2 a 0, com gols de Elias e Fernando Bob. Não era um oponente qualquer. Superou o campeão da Copa Libertadores de 1994. Que tinha atletas do quilate de Lucas Pratto e era dirigido por Ricardo Gareca, hoje na Seleção Peruana.
Sem enrolação: é o principal jogo da década da Ponte Preta. E um dos principais de sua história.
(Elias Aredes Junior)
FICHA DO JOGO
VÉLEZ SARSFIELD: Sosa, Cubero, Tobio, Sebá Domínguez e Papa; Allione (Insúa), Romero, Canteros (Cáceres) e Cabral; Rescaldani (Copete) e Pratto. Técnico: Ricardo Gareca.
PONTE PRETA: Roberto, Artur, César, Diego Sacoman e Uendel; Baraka, Magal, Elias (Fernando Bob) e Chiquinho (Betão); Rildo (Régis) e Leonardo. Técnico: Jorginho.
Gols: Elias, aos 2min e Fernando Bob aos 48min do segundo tempo
Renda e Público: Não divulgados
Cartões Amarelos: Cabral e Tobio; Fernando Bob
Cartão Vermelho: Adrianinho (no Banco de reservas)
Juiz:: Wilmar Roldan (COL)
Local: Estádio José Amalfitani, em Buenos Aires (ARG)