Horley Senna, um presidente nota 4,83 no Guarani. Leia o artigo e entenda os motivos

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O presidente do Guarani, Horley Senna entra na reta final de sua trajetória no Brinco de Ouro. Terá papel decisivo na montagem do elenco para a Série A-2 do Campeonato Paulista. O trabalho restante previsto não impede a realização de uma avaliação de seu trabalho. Sem rodeios digo que Senna é um presidente nota 4,83, cuja avaliação deve ser destrinchada. Aviso: não analiso performance de presidente ou dirigentes apenas pelo que faz no futebol. Seria idêntico que dar uma nota para um Presidente da República apenas pela economia. Figuras públicas são controversas, contraditórias, erram e acertam. Você acha que Horley Senna seria diferente? Não, não é. 

Futebol nota 7

Claro que boa parte da avaliação positiva de Senna vem do trabalho no futebol. Ele não entende do riscado, mas soube escolher auxiliares que pelo menos não produziram um novo rebaixamento e construiu campanhas competitivas na Série A-2 e Série C. Anteriormente, não brigou pelo acesso, mas teve lampejos.

Com Rodrigo Pastana e Marcus Vinícius no futebol no segundo semestre, a atual diretoria tirou o time do abismo da terceirona nacional. De maneira tortuosa, jogadores foram revelados como João Guima, Wesley, Gabriel Rodrigues, Lorran, Mineiro, Raí e Chiclete. No futebol, Horley Senna alcança uma nota 7. 

Administração nota 5. Atrasos de salários atrapalham avaliação

Na parte administrativa, o presidente bugrino mostrou avanços e retrocessos. Fechou um acordo com a Justiça Trabalhista, que permitiu a quitação de débitos trabalhistas e um aporte mensal de R$ 350 mil a serem dados por Roberto Graziano. É uma condição para a entrega do estádio Brinco de Ouro posteriormente ao empresário? Sim. Mas a grana está lá. Mérito do presidente que costurou o acordo. Elogie-se  o fato de conseguir quitar parte dos salários dos jogadores nas competições. Digo parte da quitação porque se existem ações trabalhistas em nome de atletas e que englobam a atual gestão é porque algo correu errado.

Junte-se este quadro as constantes denúncias de atrasos de salários dos funcionários e também nas categorias de base. Gente sem condição de formular poupança para imprevistos e que viveu na gangorra durante toda a última gestão. Por esse aspecto não há como avaliar de maneira totalmente positiva. Nota? 5.

Nota 2,5 na parte política. Um desastre

Vamos agora abordar a parte em que o bicho pegou. A parte política. Quando me refiro a político, eu falo da capacidade de aglutinar, conversar com opositores, entender a dinâmica da democracia e contribuir para um clima harmonioso. Com todo o respeito que o atual grupo político merece, neste quesito a administração é um desastre completo.

Por que? Vejamos. Quando Marcelo Mingone e Álvaro Negrão foram presidentes, os erros aconteciam e a oposição, formada em boa parte pela atual diretoria, sempre teve espaço para criticar, fiscalizar e utilizava os meios de comunicação para transmitir a sua mensagem. É o papel da oposição. Sempre.

O que acontece hoje? Por mais que Horley Senna propague que o atual Conselho Deliberativo colabora e ajuda o Guarani todos sabem que muitos opositores se desligaram do quadro de associados. Não porque estão desinteressados do Guarani e sim porque não estavam se sentindo á vontade para fazer as críticas que desejavam. “Ah, mas eles remavam contra”. “Tinham críticas ácidas e infundadas”. Pouco importa. Democracia é você conviver e ouvir conceitos desagradáveis não daquele que você gosta e aprecia e sim com a pessoa com a qual tem profundas divergências.

Se recordarmos ainda a dificuldade de dirigentes bugrinos (não só Horley Senna) em aceitar as criticas advindas da imprensa veremos que o quadro é pior. Os defensores de Senna podem alegar a melhoria de relações com CBF, Federação Paulista e com políticos. Sinceramente? Muito pouco em comparação ao estrago feito no ambiente interno do clube, em que centenas deixaram o quadro associativo do clube por se sentirem excluídos do debate. Não falo de chute. Vários me procuraram para testemunhar esta história. Diante disso, a nota na parte política? 2,5.

Ué, e mesmo assim Senna é favorito para fazer o sucessor? Sim. Por que o gol resolve tudo.  Até administrações com falhas e equívocos. Basta ver os gols de Eliandro contra o ASA (AL) e o milagre diante do ABC e saberá do que falo. Sorte de Horley Senna e de seu grupo político.

(análise feita por Elias Aredes Junior)

1 Comentário

  1. Sim, concordo, principalmente na avaliação política. O Horley era vice-presidente e chegou a fazer um BO contra o presidente, na época o Negrão. Sabia que não ia conseguir lidar com cobranças!