A Bola e suas histórias: a avaliação sobre Ney Paraíba no Guarani

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Em 2009 eu estava no jornal Tododia, assim como na atualidade.

Precisava enviar reportagens diariamente. De Ponte Preta e Guarani.

Em algumas ocasiões, tudo era adiantado e o final de semana era um paraíso.

Em outros, não tinha jeito: era preciso apurar e ligar para as fontes.

Em um domingão, ligo para Gersinho, então auxiliar técnico de Vadão. Tinha uma matéria sobre as possibilidades do Guarani para o acesso.

Como gosta de uma resenha, não teve jeito: Gersinho fez projeções matemáticas e de que maneira o time poderia ser montado.

Descreveu a característica de um por um. Quem era veloz, habilidoso, firme no desarme ou quais opções poderiam ser utilizadas.

De repente tive um estalo. Perguntei para ele o que ele achava de Ney Paraíba.

Cabelo esvoaçante, desengonçado, era a principal estrela bugrina nos programas de televisão. Gersinho desconversou e fugiu de assunto. Eu insisto, pergunto e a resposta aparece de modo surpreendente:

– Ney Paraíba? Ah, ele é gente boa. Faz amizade fácil com todo mundo, toca violão na concentração, é bom de resenha…

De imediato, retruquei:

– Gersinho, desculpe, acho que você não entendeu. Eu pergunto como ele é na arena, no gramado, com a bola rolando… Então o que você acha?- insisti.

– É, ele tem algumas limitações… – respondeu entre envergonhado e constrangido.

– Então tá Gersinho, tchau e obrigado…

– Isso aí companheiro, até a próxima.

Realmente não havia mais nada a ser dito.

(Elias Aredes Junior)