A intolerância invade o Brinco de Ouro e os estádios do Brasil. Uma pena

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Edgar Piccolli é apresentador da Jovem Pan. Comanda o Morning Show. É bugrino declarado. Já descreveu seu amor pelo Guarani em várias oportunidades. Não é um torcedor distante. Participa, comparece aos jogos, veste a camisa. Literalmente. Pois o jornalista foi vitima no estádio Brinco de Ouro dos tempos de intolerância que vivemos em nossa sociedade.

Um torcedor (?) começou a lhe importunar e cobrar pela presença de um participante no seu programa, Fefito, de ideário de esquerda. A cobrança subiu para tons terríveis e trouxe constrangimento ao ex-VJ da MTV, que pediu para assistir ao jogo com o Figueirense. Não foi atendido.

Na saída, o torcedor ainda intensificou os ataques. Diversos torcedores presenciaram o fato e espalharam no domingo pelas redes sociais. Este jornalista entrou em contato com Edgard pelo seu Facebook mas não obteve resposta até o fechamento deste texto.

Lamento pelo episódio porque demonstra que o estádio de futebol perde uma de suas características mais preciosas, a de ser um espaço democrático.

Se o futebol é essa loucura reinante nos dias de hoje é porque o pobre convive com o rico, raças diversas celebram gols na arquibancada e posicionamentos políticos ficam em último plano quando confrontados com a paixão e o amor pelo clube. Na década de 1970, o Maracanã abrigava no mesmo espaço um ditador como Médici e um comentarista esportivo declaradamente comunista como João Saldanha. Ou um reacionário apaixonado pela bola como Nelson Rodrigues.

Todos nós temos posicionamentos. Temos o direito de escolher a nossa ideologia política, militar e emitir nossas opiniões.Nunca servir como motivo para constranger ou pressionar qualquer um. Vou além: o estádio pode servir sim para protestar e demonstrar repulsa contra flagelos da sociedade como racismo, homofobia, machismo e outras lutas. Mas constranger alguém? Nunca, jamais.

O mais importante: Edgard é tão funcionário da Jovem Pan como Fefito. E se eles estão ali é porque o proprietário acha correto e conveniente. Pergunta: qual o sentido de tomar uma atitude tão absurda?

Infelizmente, o futebol foi contaminado pela intolerância da sociedade. Uma pena.

(Elias Aredes Junior)

3 Comentários

  1. Caramba Elias que relato heim? Vejo o programa e aceito todos os pontos, chateado em ter que ouvir que o Edgard passou por isso, parabéns pelo trabalho! E você então, mistura futebol com muitas críticas pesadas ao meu Guarani, religião e política, olha, às vezes acho que passa do ponto, mas nunca te ofenderia! Ainda bem que os bons ainda são maioria!

  2. Vc tem o Neymar batendo em torcedor adversário.. espera o que de um missal que vota em outro bossal que diz que não serve nem pra ser presidente
    ?
    Reflexos da sociedade.
    Tá todo mundo doente.. principalmente eleitor do bozo.

    Vide que praticamente nenhum time se posicionou qnd o desgoverno fez uma “hoemenagem” ao golpe de 64.

    Só aí não precisa. Dizer mais nada… a. Arquibancada e reflexo do time..

    Não atoa tem 2 mil torcedores que vao ao jogo..
    Tudo acompanha o time..

  3. O Elias como jornalista tem o direito, e mais ainda, o dever de questionar futebol com politica e religião a partir do momento em que torcedores o fazem.
    Como bem disse o Elias, o Edgard, desde SEMPRE leva o nome do Guarani pra todos os lugares…
    Poderia ficar quieto e pular a pergunta… mas ta sempre assim, ai vem um torcedor boçal, provável eleitor de um presidente boçal (que da o exemplo da boçalidade), e quer xingar quem levanta o nome do Guarani por posição politica de convidado de programa?!
    Que bom que o Elias escreve e fala sobre isso, pq eu como não moro em Campinas, nunca ficaria sabendo disso se não entrasse pra ler as noticias aqui, pq foi o UNICO lugar que falou sobre isso.
    Precisamos de mais jornalista assim…