A Ponte Preta venceu um jogo com cara de confronto direto contra o rebaixamento. E isso preocupa. Muito!

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Vitória de virada, dois gols de André Luis e distância de quatro pontos da zona do rebaixamento. Boas noticias para alegrar a semana da Ponte Preta e almejar novos objetivos. Três pontos que dão possibilidade para João Brigatti, merecidamente, falar um pouco mais grosso. Reivindicar melhorias no elenco, implantar a sua filosofia de trabalho e deixar a pecha de interino.

Tudo certo? Nem tanto. O futebol é formado por conceitos subjetivos. Acontecimentos que produzem alertas e tendências. Não pode ser ignorado.

Quem assistiu o triunfo da Ponte Preta contra o Goiás não presenciou um confronto de uma equipe que atropelou e demonstrou capacidade de lutar pelo acesso. Ou um time em formação pronta para evoluir. Os 90 minutos, diante de um Majestoso vazio, deixaram um rastro preocupante. Foi, na prática, um confronto direto contra o rebaixamento.

Esqueça os gols. Lances de perigo criados de lado a lado. O que se viu em boa parte do tempo foram duas equipes com erros de passes aos borbotões, deficiência na compactação e no posicionamento e dependentes ao extremo da bola parada e do brilho individual.

Os gols pontepretanos comprovaram o cenário descrito. Cruzamentos bem feitos e conclusões impecáveis. Não há como negar. E o trabalho de meio-campo? E a tão falada transição da defesa para o ataque, necessária em condições adversas? Tanto que nos minutos derradeiros, as limitações não impediram o Goiás de pressionar. Nada disso. Aos trancos e barrancos, o time esmeraldino fez o goleiro Ivan trabalhar e o que é pior: não se via controle de bola, posse exacerbada e um contra ataque.

Pecado capital culpar Brigatti. Está em início de trabalho. Aponte o dedo para quem montou um elenco desequilibrado e com atletas limitados. Certo faz a diretoria de contratar. Não há como exigir um modelo de jogo e uma metodologia para o arqueiro pontepretano se não existir material humano. Inclusive com variações.

Ganhar do Goiás serviu para colocar a cabeça para fora do rio e evitar o afogamento. Sem a diretoria providenciar uma boia (leia-se reforços!) todo o esforço será em vão.

(análise feita por Elias Aredes Junior)