Acreditar, amar e lutar. Os verbos ensinados por Gilson Kleina aos jogadores pontepretanos na reta final da Série B

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A vida reserva um lado doce. Tem gente especialista em arejar o ambiente. Encontra-se no trabalho, família, igreja. Em todo lugar. Gente capaz de dar uma palavra de ânimo, força, determinação e de cunho positivo. Deixa seu dia melhor. Produz um aroma de esperança para quem está do lado.

Encontrar na rua é o estopim para um período de abraço, um afago, uma palavra de incentivo. Fazer você acreditar em algo no qual você não crê. O leitor sazonal ou assíduo merece saber que eu, enquanto jornalista, também tenho tais amuletos da alma. Temos discordâncias mas quando conversamos eu fico revigorado. Passo acreditar de que tudo vai passar. Que vale a pena a caminhada. Emanam energia positiva. Acreditam na vida. Apostam e lutam por um mundo melhor.

Não se iluda: pessoas tóxicas fazem o contrário. Parecem determinadas a estragarem seu dia. A nutrirem uma obsessão em fazer você acreditar de que nada dará certo. “Enaltecem” seus defeitos e esquecem suas qualidades.

Gilson Kleina faz parte do clube do bem. Seu bom humor, tiradas inteligentes e o otimismo intrínseco na sua alma  são combustíveis até para aquelas pessoas com as quais nutre um relacionamento profissional.

Imagine os atuais jogadores da Macaca. Estavam cabisbaixos, abatidos, derrotados. Trucidados por resultados negativos. Pegos de surpresa pela saída de João Brigatti, querido pelo grupo. Perdidos por não entenderam a filosofia de trabalho de Marcelo Chamusca.

Kleina chegou. Não fez nenhuma revolução tática. Não tirou nenhum coelho da cartola. Sequer pinçou algum jogador talentoso, capaz de alterar a história. Sua tarefa foi introduzir alguns verbos esquecidos no Majestoso.

O verbo inicial foi  acreditar. Acreditar de que era possível sonhar com a divisão de elite e acreditar de que o time pode render mais e ostentar disposição física. Amor também passou a fazer parte. Nutrir amor próprio e ignorar as criticas das arquibancadas e da imprensa e compreender o amor intenso do torcedor pontepretano e saber que isso poderia ser um combustível para buscar o impossível.

Lutar é outro verbo. Não há condição técnica. Habilidade presente em alguns poucos jogadores. Mas o time passou a guerrear. Sem cessar. Busca o resultado com as armas que lhe restam: as arrancadas de André Luis, a força física de Junior Santos, a criatividade de Matheus Vargas e Tiago Real e a bola parada de Danilo Barcelos. É pouco, mas pode ser suficiente quando o coração é entregue de modo incessante.

Pode dar errado? Sim. Pode não conseguir os seis pontos e o acesso ser jogado no lixo. Gilson Kleina recolocou na pauta conceitos perdidos. Futebol é dinheiro sim. O profissionalismo precisa imperar. Sempre. Mas tudo isso precisa encontrar-se acoplado a capacidade de utilizar a inteligência emocional para produzir vitórias. Gilson Kleina não pode ser crucificado em caso de fracasso. Fazer o time sonhar foi o seu grande feito. Não é pouco. Acredite.

(análise feita por Elias Aredes Junior)