Análise: criatividade poderá produzir fôlego para o Guarani buscar sua reinvenção

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Como vive em crise financeira e focado em resolver seus dramas trabalhistas, o Guarani apelará a criatividade para montar o elenco da Série B do Campeonato Brasileiro. A procura por clubes grandes de São Paulo é uma boa pedida. Sim, o departamento futebol acerta e o Conselho de Administração dá uma bola dentro.

De acordo com informações divulgadas neste Só Dérbi, o mecanismo vai funcionar da seguinte maneira: as agremiações cedem o atleta até o final da competição nacional e ficará responsável por 80% do pagamento do salário enquanto que o Guarani tem a responsabilidade de quitar um valor quase simbólico.

Para o clube formador a estratégia é ótima. Vai colocar o jogador em uma vitrine de 38 rodadas e com transmissão de todos os jogos. O Guarani não pode reclamar. Terá sob sua responsabilidade um jogador com boa formação na base e com ambição de crescer na profissão. Mais: caso aconteça o atraso no salário no Brinco de Ouro, o atleta já tem assegurado o recebimento de boa parte da grana. Ou seja, fica afastado o risco de verificar o drama ocorrido na Série B de 2011 ou na terceirona de 2014, quando os atrasos sistemáticos de salários quase colocaram tudo a perder.

Tal atitude não impede a constatação: é um improviso. Em conjuntura normal, o Guarani deveria utilizar a Série A-2 como laboratório da Série B e com poucas trocas. Teria jogadores das categorias de base prontos para serem trabalhados pela comissão técnica e no futuro se constituírem como fonte de arrecadação. Todo este planejamento está longe da realidade no Guarani.

Além dos 45 pontos na segundona nacional, o Guarani deve iniciar um processo que lhe faça andar com as próprias pernas, algo com o qual concorda o próprio técnico Vadão. “Primeiro pensamento é permanecer. O Guarani precisa de uma trégua, urgentemente subir no Campeonato Paulista, para ter um patamar financeiro que ajude a fazer os quatro primeiros meses do ano. No Paulista da A2, não tem praticamente nada. Isso complica muito o clube, porque precisa contratar jogador de patamar mais elevado no segundo semestre”, disse o técnico ao Globo Esporte.com. No fundo, todos sabem que o trabalho sequer começou. Então, mãos a obra.

(análise feita por Elias Aredes Junior)