Análise Especial: Nova Arena para o Guarani, um assunto que caiu no esquecimento. Até quando?

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Dirigentes estão envolvidos com demandas urgentes do Guarani nos últimos dias. Quem será o técnico? Quais as contratações? Quais os objetivos para o ano de 2021?

São problemas que pedem solução rápida. E existem temas de médio e longo prazo. Que preparam as instituições ao futuro. O alviverde campineiro não é diferente. Cabe a pergunta: quando a nova arena vai virar realidade? Quando os torcedores bugrinos terão uma planificação com começo, meio e fim do plano de construção do novo equipamento?

Não custa relembrar que isto não é delírio. Ou reivindicação sem sentido. Está previsto na sentença judicial de agosto de 2015, assinado pela juíza Ana Claudia Torres Viana e que autorizava o repasse do complexo do estádio Brinco de Ouro para as mãos do empresário Roberto Graziano.

Existia uma contrapartida: o pagamento de mensalidades na forma de patrocínio no valor de R$ 350 mil mensais ao clube, o pagamento das dividas trabalhistas da época e a construção de uma nova sede social, Centro de Treinamento e um novo estádio. Detalhe: que seja um estádio com acesso a todas as classes sociais. Sem elitização. Porque construir equipamento novo para usufruto de alguns poucos agraciados também seria um equivoco total.

Os defensores de Roberto Graziano justificam a demora com um temor: a construção de novos equipamentos poderia colocar o Guarani novamente na rota da Justiça Trabalhista, com a respectiva penhora desses imóveis para pagamento de dívidas trabalhistas. Alias, poder judiciário responsável direto pela manutenção dos salários em dia do Guarani na atualidade. Fiscaliza com mão de ferro. Ainda bem.

Posso entender e compreender o argumento, mas nunca é demais lembrar: esse receio foi criado pelas próprias diretorias anteriores do Guarani, que acumularam tantas dividas trabalhistas que a operação feita em conjunto com Roberto Graziano parece o típico caso de enxugar gelo com torneira ligada.

O mínimo que a torcida do Guarani merece é uma explicação. E informações sobre tópicos básicos. O local de construção, capacidade, custo, prazo para erguer o empreendimento, estabelecimento de um prazo de transição para a nova arena, entre outros pontos. Ninguém sabe nada. Lamentável.

Os fatos ocorridos no futebol brasileiro provam que o tempo acelera. Muito. Agremiações melhoram sua infraestrutura, inauguram CT´s ou estádios luxuosos e o Guarani reforma dentro de suas condições um local, que no fundo, não é seu. E não alcança o patamar exigido no futebol brasileiro.

Ou o Guarani tem condições melhores de trabalho que Criciúma ou que Mirassol e Chapecoense? Seja honesto e chegue a conclusão óbvia.

O que a torcida do Guarani recebe em troca? Desinformação. Pior: parece que existe uma recusa ao debate. Discussão esta que é legitima.

Um punhado de conselheiros deve encontrar-se informado? Concordo. Mas o Guarani não pertence aos 80 conselheiros e nem é do Conselho de Administração. O Guarani pertence a sua torcida. É um clube associativo com espirito e diretriz comunitária. Bem, deveria ser assim.

Recursos são escassos? Roberto Graziano coloca empecilhos? Compreendemos tais aspectos. Isso não impede que a transparência, a informação e didatismo estejam em campo. A torcida do Guarani merece esclarecimentos. Se os homens tomarem tal postura pode ter certeza: será um gol de placa.

(Elias Aredes Junior- imagem de uma maquete de estádio feito para o Guarani em 2016 pela MSPM Arquitetura e Marketing)