Análise: Felipe Moreira é problema ou solução na Ponte Preta?

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No ano passado, após a saida de Doriva em direção ao estádio do Morumbi, a diretoria da Ponte Preta não pensou duas vezes e efetivou Felipe Moreira no cargo de técnico. Com aproveitamento de 37,03% dos pontos disputados nas nove rodadas derradeiras, os dirigentes chegaram a pensar na sua efetivação. No final mudaram o rumo da prosa e cravaram a contratação de Vinicius Eutrópio, recentemente desligado.

Se a Macaca vencer o São Bento, sábado, no Majestoso, um novo impasse estará estabelecido. Sim, a torcida certamente ficará tentada a pedir pela efetivação do filho do ex-meia pontepretano Marco Aurélio. É filho da casa, tem raízes pontepretanas e conhece como poucos a máquina e a estrutura reinantes no Estádio Moisés Lucarelli e no Centro de Treinamento do Jardim Eulina.

A decisão fica ainda mais tentadora de se tomar em virtude daquilo que é emitido pelas arquibancadas: o desejo de um técnico Top de Linha, renomado, com currículo e que seja capaz de levar a Macaca ao sonhado título. Só que a equação é difícil de solucionar: comandantes como Oswaldo de Oliveira, Levir Culpi, Cuca, Abel Braga e até Paulo Autuori não saem de casa por menos de R$ 500 mil mensais. Impossível a Macaca assumir tal compromisso, mesmo com o aumento do valor das cotas de televisão. Sou favorável ao encaminhamento de propostas criativas. Só temo que alguns desses treinadores de “elite” não reparem a chance que perdem ao recusarem o convite da Macaca.

Então a saída é efetivar Felipe Moreira? Calma. Nunca podemos esquecer que no ano passado o atual técnico interino assumiu o time profissional em situação de sonhar com a Copa Libertadores da Américas. Se tropeços ocorressem, o máximo que aconteceria seria a Ponte Preta ficar no meio da tabela, algo sacramentado com a 11ª colocação.

O quadro mudou. Ao entrar em campo neste sábado contra o sábado, a Ponte Preta fará seu quinto jogo e posteriormente terá mais 10 a fazer. Como tem urgência em somar cinco vitórias e dois empates para escapar do rebaixamento, qualquer ponto perdido pode fazer falta neste instante. Pergunta: a torcida teria paciência caso tropeços fossem registrados? Dificilmente.

Qual a solução? Talvez o caminho seja um trabalho de comunicação por parte da diretoria da Ponte Preta. Explicar a necessidade de apostar em um planejamento de médio e longo prazo e que englobe a contratação de técnicos com bom lastro intelectual e que ainda não tiveram uma chance de projeção.

Quando desembarcaram no Majestoso, Gilson Kleina e Guto Ferreira não eram renomados no mercado. Nem mesmo Jorginho, eternizado com o vice-campeonato da Copa Sul-Americana. A Ponte Preta elevou o patamar de tais profissionais. Outros podem trilhar o mesmo caminho. Por que não?

O objetivo fica ainda mais distante se a torcida e os formadores de opinião estabelecerem metas irreais e almejarem profissionais que hoje não estão ao alcance da Macaca. Pé no chão é a estratégia adequada. Para contratar um bom treinador sem fazer loucuras. E preparar Felipe Moreira para assumir a Alvinegra no futuro e na hora certa.

(Análise feita por Elias Aredes Junior)