Um dos erros mais recorrentes daqueles que habitam o mundo do futebol é considerar que parcela expressiva dos torcedores e dos cronistas esportivos não tem condição de analisar e apontar os defeitos de uma equipe. Thiago Carpini caiu na armadilha
É só recapitular. Na sexta-feira contra o Água Santa, os torcedores que compareceram ao estádio Brinco de Ouro incentivaram e transmitiram palavras de apoio. Sem cessar. Apesar da atuação irregular. Com o apito de encerramento do jogo, a reação natural foi a de vaiar. Não pela conquista do empate e sim pelo desempenho, que deixou a desejar.
Repare: a torcida fez seu papel e só depois é que se manifestou. Nem assim o técnico bugrino aceitou. “ Vaias a gente respeita. O torcedor é movido à paixão. Quando se trata de paixão, torcedor analisa resultado, jogo, a jogo, não o contexto. O torcedor não quer saber como a jogada chega até o gol, quer saber do gol e da vitória. Muito se foi criticada a maneira do Guarani jogar na Série B do ano passado, de fazer ligação direta e brigar pela segunda bola, e muito se elogiou essa maneira de agora quando os resultados apareceram. Quando dá certo é bacana, é bem jogo. Quando não dá certo, as críticas acontecem”, completou.
Thiago Carpini está enganado. Lógico que existem os torcedores fanáticos que vivem no mundo da lua. No entanto, a internet e as redes sociais criaram um novo tipo de torcedor. Estudioso, que acompanha a evolução do futebol e as suas estratégias. Poderia citar inúmeros endereços no twitter e no instagram de gente oriunda de diversas torcidas e com disposição de ver o futebol em suas vertentes. Como não estariam inseridos no Guarani?
Repito o que já disse em artigos anteriores. Não desvalorizo o que foi feito anteriormente por Carpini. Pelo contrário. Fazer muito com pouco é uma façanha. Mas é preciso ponderação e humildade para entender que todos nós não somos 100% infalíveis em tempo integral. Todo mundo acerta e erra. Vitórias e derrotas. Feitos e fracassos. Carpini não é diferente.
(Elias Aredes Junior)
