Análise Guarani: reflexões sobre um empate que valeu a pena

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O Guarani percorreu mais de 2.800 quilômetros para disputar um jogo contra o Remo. Colheu um empate por 0 a 0 e chegou aos nove pontos e está próximo do grupo de classificação na Série B.

Muitos torcedores estão insatisfeitos.

Queriam mais.

Almejavam a vitória. Compreendo o sentimento adverso, mas quero conclamar uma reflexão para que todos entendam os argumentos que constroem um cenário favorável para analisar o resultado sob uma viés otimista.

O primeiro aspecto é o fato do Guarani ter colhido um ponto após 48 horas de ter disputado uma final. Lembram que a torcida pedia uma nova postura para o dérbi? Isso foi feito. Mas gera consequências: desgaste físico, mental e outras consequências nada agradáveis. Indiretamente ou diretamente, tal cenário foi levado ao gramado.

Outro motivo para que o empate não seja levado com desconfiança é a própria dinâmica do campeonato. Todo ponto é precioso. Dou como exemplo a campanha mais vitoriosa do Guarani na Série B, o segundo lugar em 2009. Foram 69 pontos, com 21 vitórias, seis empates e 11 derrotas.

Ok, se todos os seis empates fossem vitórias, o Guarani teria sido campeão. Mas se hipoteticamente, o Guarani tivesse 21 vitórias e 17 derrotas, o time terminaria com 63 e fora do G4. E consequentemente fora do G4. Ou seja, as campanhas vencedoras não abrem mão do empate.

Pense que o Remo é uma equipe com desejo de permanência. Quer fazer do Baenão uma fortaleza. Se conseguir o seu objetivo, certamente poucas equipes triunfarão ali. Então, o Guarani empatar não foi mal negócio.

Acredito que ao invés de reclamar do empate com o Remo, o torcedor deve mirar sua insatisfação no desempenho dentro de casa. Cá entre nós: em nove jogos como mandante na atual temporada, ter vencido apenas dois é muito pouco. Se esse problema for resolvido, dá para cravar que a campanha bugrina na Série B será de alto padrão.

(Elias Aredes Junior- Crédito da foto: assessoria de comunicação Remo-PA)