Análise Guarani: sem a colocação do tempo como protagonista, a irregularidade vai permanecer. Sem prazo para acabar!

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O torcedor do Guarani passa da euforia ao desespero em 90 minutos. A alegria extravasada após a goleada aplicada sobre o Operário (PR) deu lugar ao pânico após o revés diante do Náutico. Um pessimismo desvairado surgiu no horizonte. A equipe com capacidade de brigar pelo acesso deu lugar a um time destinado ao rebaixamento. Não é para tanto.

Seria absurdo imaginar uma torcida bugrina feliz após o revés. Nada disso. Até porque apenas uma vitória foi celebrada no Brinco de Ouro em 2021 e contra o Novorizontino. Inadmíssivel. O que determinou a vitória do time pernambucano foi um conceito perdido no Guarani. E pode ser resumida em uma palavra: tempo.

Nada acontece por acaso. Bons trabalhos frutificam com paciência, apoio, repetição, treinamento e correções.

Hélio dos Anjos está no Náutico desde o dia 18 de novembro do ano passado. São quase sete meses de trabalho. Neste período, ele tirou o time da zona do rebaixamento da Série B-2020, conquistou um titulo estadual e produziu boa arrancada na Série B-2021.

Os resultados sustentam o trabalho? Lógico. Mas não foi apenas isso. A cada dia e jogo disputado, o time evolui. Marca forte e vai ao ataque.

Isso faz toda a diferença. Se na atualidade jogadores como Erick e Jean Carlos são um tormento para a defesa adversária não é só pelo talento desses atletas. Eles fazem parte de uma metodologia de trabalho. Que tem começo, meio e fim.

Compare: enquanto Hélio dos Anjos trabalha no Náutico o Guarani já teve três treinadores. O primeiro foi Felipe Conceição, que chegou em outubro do ano passado saiu em janeiro após receber proposta do Cruzeiro. Foi sucedido por Allan Aal e agora Daniel Paulista.

Ouso dizer: três profissionais com metodologias diferentes. Como esperar um futebol qualificado e estável se ninguém tem tempo para trabalhar ou não para no lugar? Não custa lembrar: quando apostou no longo prazo, o Guarani teve avanços, por menores que fossem. Ou alguém vai dizer que Umberto Louzer e Thiago Carpini foram fracassos? Longe disso.

Queiramos ou não, Daniel Paulista está em início de trabalho. São 20 dias de gestão. Irregularidade no gramado é fato normal para quem está em começo de caminhada. Vai vencer e convencer e cair de ponta a cabeça em novas oportunidades.

Ao torcedor bugrino resta apenas analisar criticamente sim, mas com paciência e entendimento de que sem continuidade não há trabalho que prospere.

(Elias Aredes Junior)