O sucesso é construído nos detalhes. Pequenas medidas que podem não surtir efeito à primeira vista, mas que proporcionam um retorno especial. O Guarani, líder do returno com 19 pontos e com aproveitamento de 22 pontos nas últimas 10 rodadas é modelo de tal preceito. Com justiça, o técnico Felipe Conceição é elogiado. Algumas resoluções encontram-se a luz do dia, como o posicionamento de Lucas Crispim ou o o ressurgimento de Murilo Rangel. Tem muito mais. Poucos percebem.
Mudança perceptível é o mecanismo colocado para a dupla Pablo e Cristóvam. Com a bola, o primeiro vira um ponta pelo lado direito e com liberdade para buscar a linha de fundo; o segundo fecha pelo setor de meio-campo. Por que? Para o Guarani aglutinar o setor, ganhar mais combate e ficar mais atento no rebote. Quando ocorre a perda da posse de bola, não existe um lateral direito e sim dois, pois existe a dobra de marcação para que a bola seja retomada no menor tempo possível. Típico jogo de equipe.
Assim como é feito por Bruno Sávio. Sua habilidade não é refinada, mas tem algo precioso no futebol atual: movimentação. Sem a bola, ele atrai a marcação adversária e abre espaço tanto ao companheiro de ataque como para o próprio Lucas Crispím. Resultado: o Guarani vira uma equipe perigosa porque conta com alternativas ofensivas. Aviso: perigosa para o padrão técnico da Série B.
Artur Rezende cava seu espaço. Não porque seja o camisa 10 clássico, mas pelo fato de assumir a tarefa de ser uma formiguinha, o motorzinho capaz de fazer a transição ofensiva de modo eficiente. Explica-se: Bruno Silva é um atleta bem posicionado, atento, mas não tem a velocidade exigida. É atleta que bloqueia e inicia a jogada no único toque. É o arco. Precisava da flecha. Parece ter encontrado.
Defeitos? Dificuldade na hora da recomposição. Melhorou, mas um jogador adversário veloz proporciona embaraços. E por vezes percebe-se uma ausência de concentração para bloquear o oponente. A derrota contra o Náutico demonstrou tais problemas de modo cabal, principalmente no gol de Kieza.
Convenhamos: é para se preocupar, mas a evolução demonstrada tem que ser elogiada. Especialmente nos detalhes
(Elias Aredes Junior foto de Thomaz Morostegan-Guarani f.c)
