Análise: os dois lados de uma mesma vitória da Ponte Preta

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A vitória é sempre importante, independentemente do placar, do adversário e da competição. Ela afasta a desconfiança e traz tranquilidade para sequência de trabalho. Em alguns casos, até esconde erros infantis que podem fazer diferença no futuro.

Porém, foram necessários 26 minutos para que a Ponte Preta construísse placar importante e encaminhasse vaga às oitavas de final da Copa do Brasil. Triunfo, sem dificuldades, por 3 a 0 sobre o Náutico. Foi na restreia de Doriva justamente a melhor apresentação ofensiva da equipe na temporada.

No primeiro tempo, a Macaca foi imperdoável, amassou o adversário, teve controle da posse de bola, dominou o meio campo, não teve sustos na defesa e foi extremamente eficiente para colocar a bola no fundo das redes. Poderia ter feito mais? Sim, principalmente na etapa final, quando esteve em vantagem numérica. Mas para quem sofria com dificuldades na criação de jogadas, marcar três gols em 11 minutos é para se comemorar.

Felipe Saraiva, cria das categorias de base alvinegra, enfim, voltou a fazer diferença. O atacante tem pecado pela irregularidade, mas foi crucial contra o Timbu. Além da bela recomposição pela direita, fez um golaço no Majestoso e atormentou a zaga pernambucana. Se tivesse sempre atuações neste nível, certamente já teria sido negociado. Menção honrosa a Orinho, grata surpresa no setor de frente. Chegou sob desconfiança e, hoje, é titular absoluto.

Por outro lado, o teste não serve de parâmetro para Série B do Campeonato Brasileiro, principal objetivo da Ponte Preta no ano. O Náutico, embora ostente status de campeão estadual e estivesse desfalcado, é muito limitado. Não ofereceu perigo ao time campineiro: frágil em todos os setores, uso excessivo de força e pobre tecnicamente.

Na segunda divisão nacional, Doriva e seus comandados certamente terão desafios mais duros. Coritiba, Goiás, Atlético-GO, Londrina, Figueirense e Guarani são alguns dos adversários complicados ao longo dos próximos meses.

Que as lições da despedida temporária do torcedor traga frutos saborosos a médio e longo prazo à Alvinegra.

(análise: Lucas Rossafa/foto: Fábio Leoni – Ponte Press)