Análise Ponte Preta: desabou o castelo de cartas construído por Vanderlei Pereira?

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Vanderlei Pereira foi presidente da Ponte Preta de 2015 a 2017. Foi vice-campeão paulista e rebaixado no Campeonato Brasileiro no ultimo ano de sua gestão. Degustou a oitava colocação no Brasileirão de 2016. Deixou dívidas tributárias controladas após adesão ao profut. Tudo perfeito. Vendeu uma imagem de administrador austero, moderno, competente, eficiente e sem opositores. Quando entregou o poder para José Armando Abdalla Junior saiu pela porta da frente pois seu grupo político, o mesmo de Sérgio Carnielli, queria sua permanência.

Mas o processo de Marcus Sanchez contra a Macaca devido a falta de pagamento de um empréstimo contraído em setembro de 2017 trincou a taça da credibilidade do dirigente, hoje integrado ao colegiado do futebol.

Basta fazer um raciocínio. Em 2017, o Conselho Deliberativo aprovou um orçamento de R$ 70 milhões para o dirigente administrar. O maior da história do clube. Poderia ficar longe ainda dos concorrentes da Série A. Mas era inegavelmente superior aos exercícios passados. Em 2016, o valor foi de aproximadamente R$ 45 milhões.

O salto não significou melhoria na qualidade das contratações. Apostas incoerentes em jogadores como o atacante Emerson Sheik, nos volantes Jadson e Naldo, no armador Xuxa e no zagueiro Rodrigo deixaram no torcedor a sensação de dinheiro investido de modo equivocado. Um cenário reforçado ainda mais com o rebaixamento à Série B.

O processo judicial referente ao empréstimo é uma nova peça no tabuleiro. Quem tem acréscimo de receita, em conjuntura normal, jamais poderia pensar e imaginar fazer empréstimo para pagar as contas no final do ano.

Bastava realizar as devidas adequações financeiras. Quais? Não tenho como opinar. Não sou contabilista. Mas bom senso e cautela cabem em qualquer profissão.

Pessoas físicas ou jurídicas pegam empréstimos em duas situações. Ou quando tem capacidade financeira reduzida para fazer frente aos compromissos ou quando exacerbam nos gastos e pedem socorro para cobrir o rombo. Espero que Vanderlei Pereira explique de modo convincente para nos convencer de que a primeira opção é aquela em que se enquadra a Ponte Preta. Caso contrário, o castelo de cartas desaba.

(Elias Aredes Junior)

4 Comentários

  1. …e vc esqueceu de dizer ainda que passou para Sr Abdalla com um déficit de 10 milhões na conta bancária…..mas o senhor WP é intocável, perfeito , o melhor administrador de todos os tempos , está na Ponte desde 97 e nunca sabia de dividas nenhuma !! ……sendo que ninguém compra uma bala na Ponte sem a assinatura dele ……. tenho fé que um dia voltaremos a ser aquele clube respeitado e que colocava medo nós grandes ….

  2. Elias, é bom deixar claro que não houve empréstimo algum por parte do empresário para a Ponte. Foi uma apenas uma farsa contábil, com anuência do diretor financeiro e dos presidentes da Ponte, montada pra driblar a norma da Fifa, que impede que atletas tenham o vínculo econômico pertencentes a terceiros que não sejam clubes de futebol.