Análise Ponte Preta: os dias passam e o time não sai do estágio inicial em termos táticos e de estratégia. Até quando?

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Vencer o Botafogo não foi suficiente para aplacar a desconfiança do torcedor pontepretano. Mais 90 minutos foram disputados sem deixar um nicho de esperança de que em novembro será possível comemorar o retorno a divisão principal do futebol brasileiro. No fundo, é disso que falamos. Campeonato Paulista virou uma pré-temporada de luxo.

Para traduzir em miúdos, a Ponte Preta é uma casa com material de construção de boa qualidade, mas sequer transmite a impressão de que o reboco e a pintura serão executados com eficiência.

Admite-se a boa postura defensiva. Soube segurar o resultado. Mas ofensivamente a equipe produz calafrios. Faço perguntas básicas: em qual passagem do jogo verificamos  a existência de triangulações pelos lados do campo?

Qual jogada foi trabalhada pela faixa central do gramado com a participação do armador João Paulo e que se verificou nitidamente o treinamento, o ensaio sistemático? Reforço: nos seus melhores momentos no Atlético-GO, João Paulo flutuava nas imediações da grande área e com chance de chutar de média ou longa distância ou dar assistência ao companheiro melhor colocado.

Pior: a equipe não retoma a bola e resvala na virilidade e o exemplo cabal é Bruno Reis, autor de faltas contra a Pantera da Mogiana que sinalizaram uma atitude brusca que no futuro podem cobrar um preço alto: cartão vermelho.

O gol resvala no acaso. Bruno Rodrigues fez a assistência para o volante Camilo muito mais por sua determinação em ocupar o espaço do gramado do que em produzir algo articulado e ensaiado nos 90 minutos. Jeferson é outro com baixa produção.

Não consegue se encaixar. Verdade que auxiliou na proteção ao zagueiro Cleber. Só que é muito pouco para quem sonha com um ala ofensivo e criativo.

Gilson Kleina é culpado pelo quadro? Não há dúvida. Porém, não há como ignorar que o colegiado de futebol e o departamento de futebol profissional poderiam adotar uma cobrança e um acompanhamento de trabalho que produzisse mudanças efetivas.

São dois jogos. Temos mais dez até o final da fase inicial. Que os ajustes sejam efetuados.

(Análise feita por Elias Aredes Junior)

1 Comentário

  1. Parabéns, Elias, pelo comentário acima. Agora a pergunta é: por que essas suas observações, que são as de todo mundo que, minimamente, conhece de futebol, não fazem eco nesse departamento de futebol? O que é preciso fazer para que os responsáveis pelo futebol da Ponte leiam isso e vejam que deram outro tiro no pé ao manter esse técnico para 2020? Esse é o jeito Gilson Kleina de fazer futebol e não vai mudar nunca. Alguém já até comentou que a Ponte joga o “Kleinabol”. Definitivamente esse não é e nunca vai ser o “DNA” da Ponte. A não ser que geração passada e gloriosa da Ponte tenha nos enganado. Forte abraço.