Gilson Kleina, um técnico a beira de um ataque de nervos? Ou uma vitima dos novos tempos do futebol?

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Todo técnico tem sua característica. Alguns são bonachões. Outros são ríspidos. Autoritarismo é a marca presente em outros. Tudo respinga na imprensa.

Surpresas acontecem.

Exemplo disso é o episódio com o técnico Gilson Kleina, que antes do jogo contra o Botafogo-SP foi interpelado pela repórter Livia Laranjeira se ele não estaria pressionado no cargo após a derrota para o Santo André.

Assim que a resposta foi dada, de acordo com a jornalista, Kleina teria dito que se soubesse da pergunta não teria dado moral para a profissional. Uma pisada de bola corrigida com um pedido de desculpas do treinador.

Não há como fugir do tema. Quem conhece o trabalho e o jeito de ser de Kleina sabe que o trato cordial com os interlocutores é a sua marca. É querido por funcionários, jogadores, dirigentes e integrantes da imprensa campineira.

O que acontece? O que ocorreu para que ele ficasse a beira de um ataque de nervos? Existe um motivo interno e outro externo.

O externo é que o seu desempenho não é bom nesta nova passagem na Macaca. Conquistar a quinta vitória em 21 jogos é muito pouco para quem tem a história de Kleina. Deve.

E muito.

E ele sabe disso, como demonstrou em entrevistas anteriores. É obvio que a autocrítica fica em nível exacerbado. Por vezes, inconscientemente desconta em quem não merece. Para completar, quem deveria lhe dar respaldo e dar tranquilidade também está cercado. Gustavo Bueno sabe que não pode errar.

Precisa investir e de maneira certa. Caso contrário, a berlinda retornará. Como dar sustentação ao treinador em tal conjuntura? Não dá. Simples assim.

O fator externo desordenou tudo. Desde o ano passado o torcedor brasileiro ficou mais exigente. Não quer apenas vencer. Quer ser convencido. Quer ver bom desempenho no gramado. Culpados? Jorge Jesus no Flamengo e Jorge Sampaoli no Santos. Eles venceram e convenceram. Deixaram os resultadistas cercados.

E esse é o problema de Kleina. Mesmo quando vence a impressão deixada é que seu trabalho poderia ser melhor.

O jogo contra o Corinthians ganhou importância maior. Vencer pode ser a chave para dias mais calmos. E o estabelecimento da paz no Majestoso. Enquanto isso, que Gilson Kleina não cometa novamente tais deslizes.

(Elias Aredes Junior)