Análise: Ponte Preta, que tal cair na real?

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Li no texto do consultor empresarial Murilo Leal a seguinte frase “para perder a batalhar, comece a se defender”. O raciocínio é simples: em algum momento da carreira, existirá um confronto. Da mesma forma, é certo que, durante essa “crise”, a empresa estará bem menos interessada nas justificativas quanto bem mais atenta como cada parte irá lidar com a situação. Ele ainda aconselha: resista à tentação de se defender.

Trago essa sugestão também para a Ponte Preta, especialmente para os envolvidos na montagem do elenco. O momento não é de defesa, mas de reconhecimento dos erros. E toda a torcida está analisando como estão lidando com a situação.

A diretoria precisa reconhecer os erros. O time da Macaca é – o torcedor não aguenta mas reconhecer isso – fraco. Limitadíssimo. Especialmente pela incapacidade dos dirigentes ao recomporem as peças que saíram da temporada anterior. E não se defendam! Resistam aos argumentos clichês de: o mercado está ruim! não há dinheiro! Era para ter dado certo mas o elenco não encaixou…

Destacando-se o talento diferenciado de Rodinei, Fernando Bob, Biro-Biro, Marcelo Lomba – que além de tudo era o líder que o atual grupo não tem – a diretoria da Ponte, experiente que é no meio, poderia ter calculado, lá no início da temporada, o furação pelo qual passa atualmente,

Rebaixamento: a dura realidade!

Esta lidando sim com a ameaça do rebaixamento. A diretoria da Ponte desprezou a chance real de fazer uma campanha no Paulista histórica. Mais do que isso. Ignorou as previsões de tempestade. Olhou para o que tinha – um elenco fraco, desentrosado, atletas que chegaram para não ser aproveitados, um treinador (Vinícius Eutrópio) igualmente perdido e empurrou com a barriga..

Todas as suas ações durante o campeonato foram paliativas. As chegadas de Alexandre Gallo e Cristiano Nunes foram acertadas, mas as ferramentas de trabalho não sofreram investimentos.

Enfim, sabe aquela receita de bolo que começou errado? A cozinheira até tenta, coloca um ou outro ingrediente e busca consertar o paladar. Mas, em geral, quando levado ao forno, o resultado será um bolo ruim. É mais ou menos como diz o ditado popular de que “o que nasce torto, morre torto”. Às vezes, dependendo dos que são responsáveis pelo “torto” é possível sim endireitar. Mas o ingrediente é agir e agir com precisão. A diretoria não acreditou, desde o início, nos apelos de sua torcida. Ignorou a voz daqueles que amam o clube acima de tudo. E esse também é um erro para ser consertado.

(análise feita por Adriana Giachini -Foto de Fábio Lione- Ponte Press)