Análise Ponte Preta: Uma reflexão para entender como 36 rodadas vão definir o destino de uma instituição

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Independente do destino da gestão de Felipe Moreira, algo já está muito claro no atual momento da Ponte Preta: o presidente Marco Antonio Eberlin saiu chamuscado do processo de saida do técnico Hélio dos Anjos e a designação do treinador interino.

Queiramos ou não, as redes sociais se constituem no principal termômetro do humor de uma torcida. Dois aspectos ficam claros. Primeiro que, para a torcida pontepretana, o herói da conquista da Série A-2 é o ex-treinador Hélio dos Anjos. Se sofresse uma sequência de derrotas e fosse demitido, é evidente que sua credibilidade cairia junto à arquibancada. Não foi isso que aconteceu. Ao sair logo após a primeira derrota para o Vitória (BA), Hélio dos Anjos preservou o seu patrimônio junto ao torcedor pontepretano.

Sem contar a decisão do treinador de jogar ofensivamente, o que trouxe satisfação para quem sentava na arquibancada. Lembra quando você, na arquibancada reclamava sistematicamente de que a Ponte Preta só tinha treinador retranqueiro? Pois é. Talvez o problema nem seja o nome de Felipe Moreira em si, mas a perspectiva de retorno a essa conjuntura.

Agora, não há como negar que esse vendaval só acontece porque Eberlin assumiu para si o comando do Departamento de Futebol Profissional. Não existe um Executivo de Futebol .

Em condições normais, estes profissionais tomariam as principais decisões a respeito de dispensas, contratações e filosofia da equipe. E seriam os primeiros cobrados e de certa forma preservariam a figura do presidente.

Lembram como era alvo de críticas Gustavo Bueno, Ocimar Bolicenho, Marcelo Barbarotti, Alarcon Pacheco, entre outros? Pois é. Enquanto, a instituição da presidência era preservada e só era cobrada em instantes de alta dramaticidade.

Você pode alegar que esta fórmula deu certo na Série A2. Ok, verdade. Só que o baixo nível dos oponentes ajudou a Macaca a cumprir sua missão. Tanto que o único desafiante que está na mesma divisão nacional da Alvinegra – o Novorizontino- teve saldo de uma vitória e dois empates na segundona regional. Ou seja, não perdeu no tempo normal e só foi derrotado pela Macaca na disputa por pênaltis.

Eberlin faz uma alta aposta neste cassino chamado futebol brasileiro. Se vencer (leia-se acesso) consagra um estilo antigo de gestão e quase não será mais alvo de contestações. Se o time amargar uma campanha decepcionante, todos serão derrotados: torcida, jogadores, o clube. São mais 36 jogadas. A torcida espera que a Diretoria Executiva acerte. Caso contrário, as consequências serão danosas. Para todos.

(Elias Aredes Junior-Com foto de Marcos Ribolli-Pontepress)