Análise Pontegate: que de agora em diante, o funil para entrada de novos dirigentes seja mais estreito

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O departamento jurídico da Ponte Preta promete entrar na investigação das denuncias contra o ex-diretor de marketing, Eric Silveira. A mesa do Conselho Deliberativo enviou pedido para que o presidente José Armando Abdalla Junior e o diretor financeiro Gustavo Válio concedam as devidas explicações sobre o episódio. Independente do desfecho, é óbvio que ficarão traumas e preocupações no meio do caminho. A Ponte Preta nunca mais será a mesma.

Especialmente porque o escândalo ganhou âmbito nacional. A pressão aumenta de modo absurdo. Só que um tema precisa ser discutido. E digo logo de cara que isso não embute nenhum julgamento sobre a índole moral de Eric Silveira. Antes das análises do Conselho Deliberativo, Diretoria Executiva e da própria Polícia Civil, qualquer acusação abraça a calunia e a difamação. Mas uma pergunta salta aos olhos: a Ponte Preta estabelece critérios claros de fiscalização interna tanto de funcionamento do clube como também daqueles que entram para a agremiação?

Nunca é demais lembrar. Por anos e anos, grupos pequenos e fechados disputaram o poder dentro da Ponte Preta. Alguns como autênticos manda-chuvas. Lauro Moraes, Sérgio Abdalla, Edson Aggio se constituíam em fruto de anos e anos de tradição e de famílias que dedicavam tempo e dinheiro para a Macaca.

Fato que com a entrada de Nivaldo Baldo e depois de Sérgio Carnielli, o ciclo foi quebrado. Gente gerada externamente na política pontepretana entrou no cotidiano para implantar novos métodos e novas formas de gestão. E por enquanto, o saldo é decepcionante.

Ou porque a competência por vezes não é reconhecida e acusações são dirigidas para tirar o poder e a força de determinada pessoa. Em outras oportunidades, as denuncias tem fundamento, provas e os acusados retiram-se da vida política do clube sem dar aviso. Para terminar, o trauma aumento quando os arregimentados exalam incompetência de manhã, tarde ou noite. Resultado: a Ponte Preta e sua torcida esperam sempre um mecenas ou um milagre que possa colocar o clube nos trilhos. E isso é verificado em todos os setores.

Qual a saída? Primeiro intensificar os processos de fiscalização interno do clube. Depois, a agremiação antenar-se com as novas tendências do futebol e radicalizar o processo de profissionalização. Discutir se vale a pena profissionalizar todos os departamento, inclusive com remuneração e dedicação exclusiva. Mais: que ocorra pesquisa sobre a trajetória pontepretana da pessoa.

Sim, que ele frequente aulas e tenha formação para descobrir como fazer a transição da Alvinegra em definitivo para o século 21. E que seja criado um orgonograma que permite a pessoa passar por todos os departamentos. E que ao chegar a presidência ele tenha uma noção plena e total do que é a Ponte Preta, seus desafios e objetivos.

Para completar: que todos sejam submetidos a entrega de relatórios costumeiros de suas atividades e que estas sejam divulgadas primeiro ao Conselho Deliberativo e posteriormente ao publico, que é a razão de ser e de viver da Ponte Preta.

Se Eric Silveira for inocentado das acusações, mesmo assim o seu perfil profissional não pode mais prevalecer. Ou seja, de alguém que, mesmo sendo pontepretano chegou de um dia para o outro e obteve poder mesmo com um percurso curto no organograma do clube. Isso precisa acabar.

(Elias Aredes Junior)

1 Comentário

  1. Acho que diretores deveriuam ser remunerados e cobrados por resultados, o grande problema é justamente ser alguém do conselho, que se diz Pontepretano e dá entender que está ali fazendo um favor e sacrificio aguentando desaforos. Se quiser mudar de patamar vai ao mercado, contrata um profissional, coloca metas, aí sim presidente do conselho e demais membros cobram resultados e avaliam, se não prestar, troca e pronto.
    Enquanto não profissionalizar e virar empresa não saíremos desta situação, futebol não tolera mais estge tipo de administração, e não é só na Ponte Preta não, infelizmente ainda ocorre em grande parte dos clubes, que servem para objetivos duvidosos dos dirigentes.