Análise Tática: Ponte Preta, três gols e virtudes que podem produzir frutos na Série B

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O técnico João Brigatti pode e deve evoluir. A vitória sobre o Criciúma por 3 a 1, ocorrida nesta terça-feira, dia 14,  no Estádio Moisés Lucarelli, demonstra como ele se porta de maneira desejada por qualquer diretor de futebol ou presidente que entenda da pelota. Entrega-se de corpo e alma ao trabalho e busca soluções.

Os gols explicam tudo. No primeiro, o volante Lucas Mineiro chegou e completou para as redes. Prova de que as jogadas ensaiadas são treinadas. No segundo tento, o complemento certeiro de João Victor escondeu uma preciosidade.

Como não tem armador e o trabalho de meio-campo fica limitado, o treinador encontrou uma solução: a ligação direta, mas com a meta de buscar os lados do campo e especialmente explorar a velocidade e a força dos laterais Igor e Nicolas ou quem cair por aquele setor, como o atacante Hyuri.

O terceiro gol, por sua vez, exibiu aquilo que o ponto forte da Macaca: a arrancada de André Luis, seja para acelerar a transição rumo ao ataque e pegar a defesa adversária desguarnecida ou para articular o passe decisivo. Sorte de Bruno Ramires, autor do gol que fechou a conta.

Está tudo resolvido? O time é uma máquina de jogar futebol? Nada disso. Com sua simplicidade e técnicas motivacionais, a comissão técnica constrói jogadas alternativas. Detalhe: sempre no contra-ataque. Existem dificuldades para fazer a proposta de jogo e envolver o adversário.

Pasmem: o jogo de força e velocidade de Júnior Santos faz falta, assim como um armador nato, o que explica a ansiedade pelo retorno de Tiago Real. Não há garantias de que a estratégia com três volantes dará certo infinitamente. Então, é hora de acelerar para utilizar os trunfos disponibilizados.

Nos confrontos longe de Campinas, a metodologia tem eficácia. Diante do Tigre, o repertório bastou. O desafio agora é esticar a variedade de surpresas, o que será essencial especialmente no clássico com o Guarani no dia 25 de agosto.

Algo é inegável: os 32 pontos somados estão acima de qualquer expectativa em relação ao começo do ano e após o desempenho irregular no Paulistão.

João Brigatti já fez muito. Convenhamos: a diretoria ainda tratá-lo como interino flerta com a falta de respeito e consideração com um profissional que, repito, apesar de suas limitações, já fez muito com pouco. Deveria merecer o reconhecimento de quem fica no gabinete e não enfrenta sol e chuva.

(análise feita por Elias Aredes Junior)